João Pessoa, 27 de fevereiro de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Em tempos de crise, mais do que nunca os gestores precisam de uma palavrinha mágica chamada criatividade. Quanto mais interação, mais chance de alternativas para transpor os enormes desafios postos no meio do caminho da gestão pública municipal, refém das graves retrações econômicas e das quedas de receitas.
Os prefeitos Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues, de João Pessoa e Campina Grande, respectivamente, perceberam isso. Reunidos ontem, extrapolaram o protocolar e abriram canal para a possibilidade salutar de interação institucional entre as duas maiores e mais importantes cidades do Estado.
Interligadas pela BR-230 e com vários pontos de interesse econômico em comum, a Capital e Campina Grande não podem prescindir de convergir em políticas públicas e estabelecer parcerias. No mínimo, trocar experiências e estabelecer conexões de desenvolvimento.
No caso de Campina, a viabilização do Complexo Aluísio Campos atrai, como imã, empresários e empresas já consolidadas em João Pessoa para o novo distrito industrial gestado pelo prefeito tucano. Da mesma forma, a Rainha da Borborema, que já tem bases empresariais fincadas na Capital, pode contribuir com João Pessoa com a ‘exportação’ de ciência e tecnologia, por exemplo.
Outra possibilidade seria na interação de técnicos campinenses e pessoenses na formulação de soluções de mobilidade urbana, desafio das duas cidades. Na Cultura, Campina e João Pessoa também devem se afinar no São João e no produto forró, afinal a Capital é a porta de entrada na Paraíba para o mega-evento produzido no alto da serra.
Enfim, Cartaxo e Romero deram inteligente passo administrativo ao adotarem a humildade em reconhecerem a importância da união de forças. Faz tempo que não dá mais para caminhar, isoladamente, sobretudo, no instante em que os orçamentos trincam e as contas públicas balançam. Afora, o viés administrativo, situados em campos opostos, também acertaram pelo gesto de maturidade política. Ponto pros dois.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.
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OPINIÃO - 22/11/2024