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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A festa de Cícero

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publicado em 05/08/2011 ás 07h23

Ninguém subestime o senador Cícero Lucena. A decisão de realizar sua festa de aniversário na data que coincide com a fundação de João Pessoa, em ano pré-eleitoral, já mostra a perspicácia e vontade do caboclinho de voltar ao jogo político por cima.

Hoje, ele deflagra publicamente sua pré-candidatura a prefeito da capital paraibana, durante evento festivo no centro da cidade. Verdade que não reunirá o mesmo exército de uma década atrás, mas tentará atrair a tropa possível.

Sem aliados históricos e egresso de um processo (2010) no qual saiu fragilizado e obrigado a assistir o triunfo do seu principal adversário, inclusive dentro dos seus “domínios”, Cícero vai cumprir a tarefa do próprio soerguimento.

Conta ao seu favor com os dois mandatos de prefeito de João Pessoa, o carisma pessoal e a penetração nas camadas carentes da cidade. Na falta de um bloco político consistente, priorizará o apelo popular no seu processo de recomposição.

Por outro lado, se quiser sossego na campanha, terá que chegar ao pleito completamente livre das graves acusações que lhe foram imputadas e geraram diversos processos judiciais. Um deles foi aceito e está na órbita do Supremo Tribunal Federal.

É um ator a ser considerado no palco da sucessão em João Pessoa, mas não pode apostar todo o discurso num virtual desgaste do grupo socialista como a plataforma principal. Exigente, o eleitor pessoense não aplaude discurso vazio. É preciso conteúdo.

Alta –
O senador Cícero sairá da festa de hoje ostentando o apoio público da direção nacional do PSDB, através do presidente e senador Sérgio Guerra.

Baixa –
Diferente do desejo de Cícero, o ex-governador Cássio Cunha Lima não estará hoje na festa em virtude da visita ao pai, Ronaldo, no Sírio Libanês (SP).

Quando a primeira instância derruba a segunda… –
A juíza Lúcia Ramalho, da Fazenda Pública, passou por cima da liminar do desembargador Leôncio Teixeira e mandou seqüestrar R$ 8 milhões do Governo para garantir o pagamento das gratificações dos servidores do antigo Ipep. A intrépida magistrada atendeu ao pedido do advogado Roosevelt Vita.

Medida de força –
O impasse se aprofundou. A juíza mandou um oficial de Justiça obrigar o gerente da agência do Banco do Brasil, do Edifício Metropolitan, a cumprir a decisão. No final da tarde, os procuradores do Estado estiveram também na agência.

Reação do Governo –
O procurador-geral do Estado, Gilberto Carneiro, considerou equivocada a medida da juíza Lúcia Ramalho e anunciou representação judicial contra a magistrada. Lúcia já responde no CNJ a um procedimento impetrado pelo Governo Maranhão III.

PT e PSDB –
 O deputado Luciano Cartaxo (PT) nega que o encontro tenha tido conotação política, mas não desmente a conversa com Cícero num café da manhã.

De novo
O vice-presidente do PT de João Pessoa, Jackson Macêdo, insinua que o ensaio da candidatura própria servirá para Rodrigo Soares ser vice.

Torre…
O Governo precisa combinar o discurso. Na segunda, o governador informa que a Acadepol não será mais construída no terreno do Geisel…

… De Babel –
E ontem, o secretário de Segurança Pública, Cláudio Lima, falava da nova Acadepol como se o Governo ainda cogitasse a edificação no Geisel.

Nas coxas –
Foi o próprio engenheiro Napoleão Veras, responsável pelo rumoroso laudo da Cehap, quem disse que o documento foi produzido à toque de caixa.

Desprevenidos –
Deputados oposicionistas teriam se reunido para se queixarem de não terem sido avisados do tal laudo. Ficaram chateados com o desencontro.

Duodécimo –
O senador Vital Filho (PMDB) foi à tribuna do Senado para lamentar a “profunda crise institucional” na Paraíba, gerada pelo veto do Governo à LDO.

Pretendente –
Ansioso para ter o passaporte carimbado, o deputado Janduhy Carneiro aguarda a solução do impasse da CCJ. “Vai caber ao líder Hervázio”.

Perguntinha –
Os maranhistas irão à festa de aniversário do senador Cícero Lucena ou vão manter as afinidades e entendimentos apenas em reuniões internas?

Recado –
Os incêndios seguidos de dois ônibus em João Pessoa seriam estratégia dos traficantes. Até juízes estariam sofrendo ameaças. De dentro da cadeia.

PINGO QUENTE –
“É bom perdoar e pedir perdão”.Do senador Cícero Lucena (PSDB) que na prática nem cogita perdoar seu arquinimigo Ricardo Coutinho. Nem com a intercessão do apóstolo Santiago.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba

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