João Pessoa, 04 de agosto de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Com todo respeito ao líder do Governo, Hervázio Bezerra, e a sua débil bancada governista, mas a pergunta mais lógica a ser feita após a aparição desse novo laudo aos deputados da Oposição passou em branco. Por estratégia ou por falta de ômega 3.
Ao invés apenas de promover barulho e até legitimamente cobrar explicações sobre a origem, a motivação e os fins desse documento produzido no segundo turno da eleição passada pelo Governo Maranhão III, a bancada governista esquece o ponto mais batido pelos oposicionistas: o questionamento sobre o valor do badalado terreno.
Afinal de contas, qual é o laudo que a Oposição levará em consideração a partir de agora nas discussões? Para os deputados maranhistas vale o laudo do Creci e a bagatela de R$ 71 milhões ou a apuração feita pela equipe de engenheiros da Cehap e os módicos R$ 4,7 milhões?
Ou, a partir de agora a bancada de Oposição preferirá esperar mesmo a avaliação da insuspeita Caixa Econômica Federal, como mandaria a cautela e a prudência desde o início das queixas contra essa conturbada operação, ampliadas também pela omissão do Governo em mandar informações mais detalhadas.
Pelo sim, pelo não, a ótica da análise da permuta ganhou outros contornos a partir da exibição deste ingrediente novo. Enquanto esse debate persistir na Assembléia, as bancadas (Oposição e Governo) não mais tratarão o tema com o mesmo olhar de outrora. Nem com miopia. Nem com lente de aumento.
Nada –
Em meio a toda erupção, o ex-governador Maranhão disse desconhecer o documento, confirmado pela ex-presidente da Cehap, Socorro Gadelha.
Justificativa –
Maranhão se esqueceu de falar com seu ex-líder. O diligente Gervásio Filho explicou que o Governo passado queria passar o terreno à Segurança Pública.
Subfaturamento do terreno –
O presidente do Creci, Rômulo Soares, surpreendeu em entrevista ontem ao Portal MaisPB. Ao comentar a disparidade de avaliação da Cehap (R$4,7 milhões) e do Creci (R$ 71 milhões), Soares insinuou, sem arrodeios, que o Governo passado pode ter subfaturado o valor estipulado para pagar menos impostos.
Pra ninguém ver? –
“Não acreditei que aquilo era feito pelo mercado imobiliário. O laudo foi feito para ninguém ver”, suscitou Rômulo Soares, lembrando que o documento, chancelado pela Cehap, não está acompanhado dos pareceres técnico e administrativo.
Na linha de frente –
Embasado no mote dos fins de regularização, o deputado Gervásio Filho foi o único oposicionista a enfrentar o debate com a bancada do Governo e tentar explicar o laudo da Cehap. “Nesse caso, o que menos importa é o valor da avaliação”. E é?
Pra cima –
O deputado Adriano Galdino (PSB) mostrou porque é tido como talibã. “Você não está honrando o seu sobrenome”, atirou em Gervasinho.
Ansioso –
Notícia quentinha na ágora. Aquele empresário fez ligação cafeinada ontem a um publicitário querendo saber novidades da licitação da Secom.
Estratégia –
Ricardo Coutinho chegou ao Governo do Estado, mas mantém as mesmas estratégias de deputado oposicionista para enfrentar os adversários.
Direto na fonte –
Ontem, ele foi buscar apoio à permuta junto aos moradores do Geisel, bairro onde será instalada a nova Central de Polícia. Conseguiu o que queria.
Engrossando o bico –
Jovem candidato da região metropolitana de João Pessoa iniciou diálogo com o ex-governador Cássio Cunha Lima para filiação ao PSDB.
Entendimentos –
Por falar em Cássio, o ex-governador está convicto que a direção nacional lhe entregará a presidência estadual do PSDB. Com aval de Cícero Lucena.
Outro destino –
Ex-aliado do senador Cícero, o deputado Hervázio Bezerra não estará na festa de aniversário do ‘amigo’. “Eu já tinha agendado uma viagem”.
Só na igreja –
João Gonçalves não viajará, mas avisou que planeja abraçar o senador apenas na missa. Teme indigestão da feijoada temperada pelo cicerismo.
Espetada –
O vereador Bira Pereira (PSB) não perdeu a oportunidade. “A carne que eles guardaram do churrasco deve ser consumida nessa festa”.
Queda-de-braço –
O Conselho Fiscal da Unimed-JP convocou pauta apimentada, mas a direção da cooperativa ignora e chama os itens de “assunto velho”.
PINGO QUENTE – “E Cícero Lucena ainda convidou essa gente”? Pergunta da presidente estadual do PMN, Lídia Moura, admirando o excesso de educação do senador em caso de convite aos seus ex-aliados.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024