João Pessoa, 30 de julho de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Entre fazer vista grossa, se deixar ser engolido pelos olhares famintos dos novos ases do PMDB e emergir do mergulho das águas turvas, o ex-governador José Maranhão optou pela segunda opção.
Com mensagem indubitável, ele transmitiu essa cristalina mensagem à tropa peemedebista na reunião de ontem, na sede do partido. Recuperou interna e externamente a condição de “general” do exército vermelho paraibano.
Primeiro. Exigiu dos infiéis o realinhamento partidário, sob pena de medidas mais severas, regra evitada por algum tempo, talvez pelo cuidado de aguardar a água baldeada assentar para agir somente após o traçado de um quadro político nítido.
Segundo. Maranhão resolveu abrir de vez sua inclinação e disposição ao topar o desafio de colocar o próprio nome como a opção prioritária do partido na disputa pela Prefeitura Municipal de João Pessoa, menina dos olhos do PMDB.
Terceiro. Diante do avanço natural de outras lideranças ao comando da legenda, a exemplo de Vitalzinho e Veneziano, o ex-governador demarcou território, mantendo seu status que e refutando completamente a tese de rodízio.
Embora as discordâncias já sejam latentes ao domínio folgado de Maranhão, os peemedebistas desejosos de ares mais oxigenados no partido terão que conviver por mais tempo com esse cenário. Maranhão tem o PMDB nas mãos. E elas estão fechadas.
No páreo –
Com a cautela peculiar, Maranhão se lançou candidato a prefeito da Capital. “Se houver um consenso em relação a essa questão eu posso disputar”.
Já tem mote –
“Como governador, eu fui o melhor prefeito de João Pessoa”, disparou o ex-governador dando já a senha do seu discurso aos militantes pessoenses.
Maranhão, Manoel Júnior e a guerra fria –
O deputado Manoel Júnior (PMDB), pretenso candidato em João Pessoa, não refutou de pronto a incursão de Maranhão na sucessão pessoense. Não pegaria bem, pelo menos publicamente, se contrapor ao líder maior da legenda. Preferiu dizer que respeita a decisão do ex-governador, mas manteve o igual discurso de postulante.
Pedras de fogo nos adversários –
Antes de adentrar a agitada reunião do PMDB ontem, o deputado Manoel Júnior disparou petardos contra seus desafetos políticos. Nas entrelinhas, chamou Ricardo Coutinho e Luciano Agra de caudilhos e coronéis. Não necessariamente nessa ordem.
Chegando ao limite –
Espontâneo, o presidente estadual do PMDB, Antônio Souza, desabafou sobre as críticas recebidas e a tese de mudança do comando partidário. Contador por profissão, Toinho disse que só teve aborrecimentos no cargo outorgado por Maranhão.
Um manda –
A hostilidade foi destilada antes da reunião. Sentaram à mesa, aliados do prefeito Galego Souza (São Bento), rival de Márcio Roberto.
E outro desmanda –
Toinho advertiu que só os deputados poderiam ficar. Foi repreendido pelo ex-governador Roberto Paulino, que garantiu a permanência.
Azedou –
O clima entre os deputados Manoel Júnior e Benjamim Maranhão está cada vez mais insustentável. Era o que se comentava na sede do PMDB.
Vela acesa –
Para não enterrar seu acordo com o Governo, o deputado Doda de Tião não esperou o final e saiu da reunião para visitar um velório.
Semelhança –
Uma flor vermelha no birô da secretária do PMDB causou frisson entre jornalistas. É que, apesar da cor, a flor lembrava o indesejado girassol.
São Tomé –
O deputado Gervásio Filho (PMDB) duvida do recuo do adesista deputado Márcio Roberto à bancada da Oposição. Não bota nenhuma fé.
Com jeitinho –
No corredor da sede do PMDB, Benjamim Maranhão pediu paciência ao vereador Mangueira. “Só quero uma coisa. Vamos conversar”.
Cirurgia –
No Sírio Libanês, a deputada Francisca Motta (PMDB) se recupera de duas mamárias e uma safena. Deve receber alta na próxima semana.
Trunfo –
Caso o pai Marcus Odilon não possa, o ex-deputado Quinto já está pronto para substituir o pai na candidatura a prefeito de Bayeux.
Articulando –
Elétrico, Quinto já se reúne hoje em Bayeux com um grupo de oito vereadores para discutir a sucessão municipal e anunciar sua disposição.
PINGO QUENTE – “E aí, a reunião foi boa?” – Pergunta do quase agrista vereador Sales Dantas (PR) em frente à sede do partido a um grupo de peemedebistas, de quem ouviu um silêncio ensurdecedor.
*Reprodução do Correio d Paraíba
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