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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

O olhar de Maranhão

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publicado em 02/03/2015 ás 08h43
atualizado em 02/03/2015 ás 08h45

Sendo o mais experiente, cronologicamente falando, numa casa de veteranos, o senador paraibano José Maranhão carrega na bagagem vivências e testemunhos de muitos episódios marcantes da vida nacional, por isso, suas impressões sobre o atual momento da política brasileira merecem ausculta e compartilhamento.

Numa conversa despretensiosa de 26 minutos com a Coluna, Maranhão manteve sua temperança peculiar, mas dividiu sincera preocupação com o quadro de instabilidade do governo brasileiro, principalmente com os riscos de uma profunda crise de governabilidade que bate à porta do Palácio do Planalto, em meio ao escândalo da Petrobrás e ao furor da oposição e de setores do mercado financeiro.

Na avaliação do senador, Dilma precisa mais do que nunca de habilidade política para debelar as chamas que ameaçam incendiar o País. Frágil nesse mister, ela é desprovida da mesma articulação, da liderança interna no PT e do carisma de Lula, que enfrentou semelhantes turbulências, com uma diferença: na crise do Mensalão, havia gordura econômica e política para queimar. Agora não. A presidente chegou no osso.

Nesse cenário – observa Maranhão – o PMDB tem um papel fundamental.

“Precisa contribuir com o Brasil, em primeiro lugar, para instalar essa governabilidade. Nos momentos de crise, a virtude está no centro”, advoga, reconhecendo, entretanto, que essa tarefa o partido não consegue capitanear sozinho. “Temos que ter uma grande conjunção nacional”, defende.

Ainda se ambientando na nova composição do Senado, Maranhão evita conclusões fechadas. Prefere o caminho da parcimônia e da reflexão, quando, por exemplo, instado ao debate em torno da tese de impeachment como solução para estancar a crise. “O impeachment devolveria, traria para o país uma estabilidade, uma governabilidade?”, indaga o peemedebista, como quem já tem a resposta na cabeça.

No resumo, a experiência acumulada dá a Maranhão a condição de receitar a serenidade como a saída mais prudente para essa grave quadra da Nação. E o faz com a autoridade dos seus mais de oitenta anos de vida e invejável lucidez pessoal e política.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

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