João Pessoa, 05 de julho de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Conheço poucas partes do Brasil. A maioria de ouvir falar, por informações de terceiros ou graças à tecnologia dos meios de comunicação que aproxima povos, cultura e dissemina conhecimento. Inclusive sobre a realidade político-eleitoral.
Mas suspeito, sinceramente, que alguns fatos só acontecem na política da Paraíba. Aposto que noutra parte deste imenso país um convite de um governador a dois ex-governadores para uma solenidade não é visto como coisa de outro mundo, ainda que um destes convidados tenha sido adversário em eleição recente.
Na Paraíba, o convite para a deflagração do pleno funcionamento do nosso maior hospital é encarado como provocação. Uma postura normal, um gesto de distensão, exigência do “novo eleitor”, serve de deboche e vira motivo de polêmica.
Qual foi o pecado que a Paraíba cometeu para ser condenada a viver eterna e infrutífera mesquinharia política? Até quando vamos ser reféns de uma mentalidade carcomida que só nos afunda ao calabouço da pequenez?
Até onde apurei, não houve uma declaração do governador se gabando. Pelo contrário, o que ouvi foi Ricardo reconhecendo o trabalho de Cássio e Maranhão.
O governo passado inaugurou a unidade, sabendo que o subseqüente treinaria o quadro de pessoal. Cada um fez a parte que lhe cabia. Portanto, a simples presença ou até ausência justificada no evento que celebra o funcionamento de relevante aquisição não deveria virar um trauma. Sinal de que ainda não nos curamos da doença do atraso.
Superação –
“Todos eles deram uma contribuição à obra. Começamos a viver um novo momento na política”. Do novo chefe do Governo, Lindolfo Pires (DEM).
Cobrança –
“O governador deveria ter colocado o Hospital para funcionar bem antes”. Questionamento do deputado oposicionista Luciano Cartaxo (PT).
A sobriedade do outro Zé –
Entre os maranhistas, a declaração mais lúcida partiu do ex-secretário de Saúde, José Maria de França. No Correio Debate (rádio), Zé Maria destacou o esforço do Governo Maranhão III para conclusão do Trauma de Campina Grande, mas não deixou de reconhecer a colaboração do atual Governo. “O mérito é grande também”.
Civilidade –
Zé Maria foi mais além. Sem qualquer constrangimento, o ex-auxiliar de Maranhão disse, direto de Brasília, que não se estivesse em viagem e se convidado fosse não teria nenhum problema de participar da solenidade em Campina. “Seria uma alegria”.
O papel de Cássio –
Justiça seja feita. Se não fosse a cassação na Justiça Eleitoral, o ex-governador Cássio Cunha Lima, mentor e responsável por cerca de 80% da obra, teria tocado o projeto até o fim e inaugurado a unidade ainda no seu governo, que se findaria em 2010.
Seis mãos –
A placa que será descerrada hoje na abertura do Trauma campinense estará impressa com os nomes de Cássio, Maranhão e Ricardo Coutinho.
DNA –
“A paternidade das obras a Paraíba inteira sabe”. Do ex-governador José Maranhão (PMDB), depois de revelar ausência na abertura do Hospital.
Na fila –
Após a cassação de Sérgio da Sac (PRP), o 2º suplente de vereador Djanilson Fonseca comprou o paletó apostando na queda de Felipe Leitão.
Ressabiado –
Depois do insucesso de 2010, o ex-deputado Rodrigo Soares (PT) não quer saber mais de vice. Aposta na candidatura própria petista na Capital.
Contraponto –
O deputado Luiz Couto (PT) sinalizou que trabalhará pela vice do prefeito Luciano Agra (PSB). Só pra contrariar o outro Luciano. O Cartaxo.
Sem-cortesia –
Não foi muito cordial a recepção ao novo superintendente do Incra, Lenildo Dias. Servidores do órgão quiseram botar terra na posse.
Pra começar –
O líder do Governo, Hervázio Bezerra, iniciou sua atuação reconhecendo problemas na bancada. Bom começo para quem quer corrigir falhas.
Caminho livre –
O prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PSB), anuncia amanhã mudanças significativas no trânsito da cidade, do centro até a praia.
Pra descascar –
A Procuradoria da Prefeitura da Capital tem outro abacaxi. Vai ter que desfazer a salada provocada pela suspensão da licitação da merenda.
Edição 2011 –
O senador Vital Filho (PMDB) atribuiu o êxito do São João de Campina Grande a profissionalização, estruturação e maior divulgação.
PINGO QUENTE – “Saiu o criador do Real, entra o homem do Cruzeiro”. Do apresentador Ruy Dantas sobre a morte do senador Itamar Franco e a posse do suplente Zezé Perrela, presidente do clube mineiro.
*Reprodução do Correio da Paraíba
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TURISMO - 19/12/2024