João Pessoa, 15 de março de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Ativistas e protetores dos animais e da natureza realizaram neste sábado, 14, na Feira da Liberdade, em Campina Grande, um protesto em defesa dos bichos e do meio ambiente.
O motivo da mobilização foi o fato de alguns gatos terem sido abandonados e maltratados no local.
Em função disso, o Centro de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde programou para esta segunda-feira, 16, uma ação educativa naquele bairro.
Agentes do Centro de Zoonoses levarão orientações às pessoas sobre os cuidados necessários com os bichos, os canais de comunicação do órgão para denúncias e solicitações de captura, além de avaliação dos animais de rua que ficam no local.
Este trabalho é importante, inclusive, para promover situações como as que aconteceram esta semana no Centro: uma cachorra e uma égua foram resgatadas na rua pelos agentes e os donos reencontraram seus bichos.
Durante audiência com diretores do Fórum Municipal de Defesa e Bem Estar Animal, na semana passada, o prefeito Romero Rodrigues determinou a adoção de políticas em defesa dos animais em Campina Grande.
A orientação do prefeito é para que, no menor espaço de tempo possível, a cidade possa se tornar um referencial nas políticas de defesa e bem estar dos animais.
Entre outras ações, Romero já sinalizou para a agilização de um escopo legal para o disciplinamento de veículos de tração animal e a criação do Registro Geral de Animais, que será um instrumento importante para o poder público tratar da posse responsável e efetuar a penalização dos que impõem maus tratos aos animais.
Centro de Zoonoses
A coordenadora de Vigilância Ambiental e Zoonoses do município, Rossandra Oliveira, explicou que a maioria do animais chega ao Centro com problemas da rua.
“Eles são geralmente vítimas de abandono ou mesmo de maus tratos e, por isso, precisam passar por um tratamento clínico”, disse.
Desde o ano passado, o laboratório de exames e a sala de cirurgia do Centro de Zoonoses foram reformados para atender às exigências do Conselho Regional de Medicina Veterinária. O objetivo é oferecer as condições necessárias aos profissionais para melhor tratar os animais.
Em 2014, foram construídos dois anexos para alojar animais que estavam soltos no pátio, além da reforma dos três currais.
O Centro firmou parcerias com Polícia Ambiental, Polícia Rodoviária Federal e outros órgãos, e conseguiu apreender e resgatar 2.646 animais de pequeno e grande porte no ano passado.
Desse total, 868 foram tratados e liberados, devolvidos aos donos, geralmente.
“Em casos de abandono em que os proprietários querem reaver, eles são orientados sobre como devem criar o animal, e se couber, eles são penalizados de acordo com a lei municipal. Mas em situações de maus tratos, os bichos ficam no Centro e depois vão para a adoção”, explicou Rossandra.
No Centro de Zoonoses, existem centenas de bichos e cada um com uma particularidade. Por isso, cinco tratadores e três veterinários cuidam diariamente deles.
Foram aplicadas no ano passado 47.927 vacinas antirrábicas em cães e gatos e 2.816 atendimentos clínicos ambulatoriais foram realizados para melhorar a saúde de cada bicho.
Com a realização de feiras de adoção em 2014, o local conseguiu um novo dono e um novo lar para 635 bichinhos de pequeno e grande porte, sendo adotados 267 cães, 162 gatos, mas também foram levados 206 de grande porte, como cavalos, bois e jumentos.
Ainda foram realizados exames de raiva, que diagnosticaram a raiva em 10 animais.
O nível é considerado baixo e é atribuído à ação preventiva da a vacinação antirrábica, que atingiu mais de 90% da população de cães e gatos do município em 2014, chegando a quase 48 mil imunizações.
Os exames também constataram cinco tumores de mama e um venéreo, os quais foram retirados. Essas são algumas das atividades desenvolvidas no Centro de Zoonoses, que ainda conta com testes de leishmaniose e identificação de escorpiões.
Também em 2014, foi dado início ao serviço de castração de animais no Centro para pessoas que não têm condições de pagar em uma clínica veterinária.
Em seis meses, 494 procedimentos já foram realizados, todos em cães e gatos.
O Instituto BioEducação ajuda o Centro a promover ações educativas sobre a lida com animais na cidade e a Universidade Federal da Paraíba, através do Campus da cidade de Areia, já estabeleceu convênio com o Zoonoses, de modo que animais de Campina são levados para procedimentos cirúrgicos no Brejo e profissionais e estudantes da universidade desenvolvem trabalhos no Centro de Zoonoses de Bodocongó.
O que mudar?
Em 2015, a gestão pretende construir um abrigo separado para animais sadios que estão sobre tutela do Centro de Zoonoses, além de estabelecer um registro geral de animais domiciliados, identificando os bichos de grande porte do município através de equipamento de tatuagem.
Outra medida é firmar parceria com a Secretaria de Serviços Urbanos do município para o translado de animais em óbito e a destinação do lixo produzido no espaço.
“Estamos trabalhando com muita técnica no trato dos animais, muita dedicação e cuidado com os bichos e com planejamento sério para lidar com os animais de nossa cidade”, finalizou Rossandra.
MaisPB
TURISMO - 19/12/2024