João Pessoa, 30 de junho de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A escolha do deputado Hervázio Bezerra (PSDB) não deveria surpreender. Nem mesmo os ortodoxos observadores ou rancorosos atores da política paraibana. Não apenas porque o tucano hoje está nas hostes do governismo ricardista, mas, sobretudo, pelo perfil encarnado em Hervázio desde os tempos de vereança na Câmara da Capital.
Se não tivesse se encaixado perfeitamente no figurino da hora, certamente o Governo teria procurado encontrar outras soluções, priorizando os critérios das ligações e origens políticas ou até mesmo recorrido à chamada identificação com o projeto.
Mas deu Hervázio. Para mim, surpresa nenhuma. Ele é um parlamentar habilidoso, contundente na defesa, mas ponderado quando instado ao ataque. Mesmo abnegado defensor de suas posições, Hervázio consegue manter a serenidade que germinou a aproximação de Ricardo, apesar do histórico em campos opostos.
O ex-vereador não chega ao posto de líder do Governo por favor algum. Aliás, o Governo é quem saiu lucrando por ter atraído um “simples” suplente que mais tarde viria a ser o remédio dos desencontros de articulação política na Assembléia. Hervázio tem credencial para ser o defensor, o aglutinador e o pacificador em tempos de embate.
O único argumento que pode ser sacado contra sua liderança é o seu recente passado de vigoroso adepto do cicerismo e ex-eleitor de Maranhão, mas até o que se configuraria fragilidade pode virar um atributo. Quem já dividiu a mesa com aqueles que hoje estão na Oposição tem trânsito para dialogar e distender. Ironia da política.
Boato –
Em contato com a coluna, o deputado Anísio Maia (PT) desmentiu informação de que teria operado para ocupar a Chefia do Governo Ricardo.
Às claras –
“Jamais utilizaria do expediente da barganha. Qualquer conversa comigo tem que ser pública. A luz do dia. Não me presto a isso”, frisou o petista.
O poder de fogo de Vitalzinho no PMDB –
Ninguém brinque com o senador Vital Filho (PMDB). Em menos de uma semana, ele conseguiu articular a visita à Campina Grande das duas maiores forças do PMDB nacional. Primeiro o presidente do partido, Waldir Raupp, e depois o vice-presidente da República, Michel Temmer, que desembarca hoje na cidade.
Em compensação… –
Enquanto Vitalzinho e Wilson Santiago esbanjam prestígio nacional, maranhistas se queixam do tratamento dispensado pelo Planalto ao ex-governador José Maranhão, o maior PIB eleitoral do partido, na fila de espera do prometido cargo na esfera federal.
BB, BNB, Caixa, Embratur… –
Por falar nisso, até agora não se tem notícia da especulação de um posto oferecido que houvesse agradado Maranhão. Todas as “ofertas” são prontamente recusadas. Seria bem melhor o PMDB dizer o que o se encaixa no perfil pra evitar o desgaste das recusas.
Outra pauta –
Ao invés do interesse político, a visita de Temmer suscitou inusitada expectativa nas rodas de conversa masculina: “A mulher dele vem”?
Boas vindas –
As manifestações dos deputados mostraram que escolha de Hervázio agradou. “Ele fará um grande trabalho”, aposta Branco Mendes (DEM).
Previsão e desejo
Por razões já decantadas, Zé Aldemir (DEM) foi o mais feliz entre todos. “Eu já tinha dito que ele seria o melhor nome para esse instante”.
Frieza –
Do secretário-geral do PSDB, João Fernandes, sobre a liderança tucana do Governo. “É uma escolha pessoal do governador. Não é novidade”.
Gesto –
Desde que anunciado na Chefia do Governo, Lindolfo Pires (DEM) tem feito telefonemas, pedindo e oferecendo colaboração.
Com que roupa? –
Afinal de contas, o PR de João Pessoa caiu nos braços de Agra, será “independente” ou vai preferir sustentar a fantasia de Oposição?
Via celular –
Há quase dois anos, os presídios de segurança máxima PB-1 e PB-2 não passavam por vistorias. Apenados e operados telefônicas adoravam.
Escaramuças –
O vereador Geraldo Amorim refutou Chico Franca. “Eu não entrei no PDT pelas mãos dele. Eu fui procurar o partido. Não recebi convite”.
Escolha prévia –
A indicação do deputado Adriano Galdino (PSB) para a CCJ da Assembléia pode gerar uns pocinhos de mágoa e discórdia na Oposição.
Pensando bem –
Reconciliado com Luiz Couto, pacificado com João Gonçalves e com governo liderado por Hervázio, Ricardo não é tão rancoroso assim.
PINGO QUENTE – “Uma mão lava a outra”. Do deputado Caio Roberto (PR) sobre a “assepsia” da chegada de Sales Dantas e a saída de João dos Santos na Câmara de João Pessoa.
*Reprodução do Correio da Paraíba
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