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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A UEPB e a nova polêmica com o governo

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publicado em 17/03/2015 ás 16h46
atualizado em 17/03/2015 ás 16h51

Em Brasília, a reforma política se arrasta desde os movimentos de junho de 2013. O máximo que houve foi um arremedo para amansar a população. O fim da reeleição, tema recorrente quando se fala em reforma, é quase uma unanimidade no discurso. Na prática, os políticos se arrepiam com a perda do ‘direito’.

Enquanto a classe política se esquiva, a Universidade Estadual da Paraíba vai encarar o tema de frente, sem arrodeios. Pelo menos, essa é a posição do seu dirigente, o reitor Rangel Júnior, condutor da proposta do fim da reeleição na instituição, inserida entre as mudanças a serem debatidas na reforma administrativa da UEPB.

A tese defendida por Rangel é interessante e corajosa, mas ao mesmo tempo polêmica. Por quê? O professor prega a extinção do direito de reeleição em todos os níveis da Universidade, inclusive com ele próprio perdendo essa condição, porém, adiciona uma questão complementar: a eleição direta.

“Tenho a convicção de ser o melhor e mais moderno politicamente naquilo que acredito e defendo sobre como deve ser uma instituição pública de ensino, pesquisa e extensão, bem como as relações dos seus membros na condição de membros de uma comunidade”, sustentou o reitor, em contato com a Coluna.

Onde está o problema, então? Significa, na prática, o fim da lista tríplice e da histórica prerrogativa pessoal do governador de escolher entre os nomes votados pela comunidade universitária. Ou seja, traduzindo em miúdos, a Universidade avançaria no propósito de oxigenação e rodízio interno sem reeleição, mas em compensação tomaria para si o poder hoje concentrado do Palácio da Redenção.

Do ponto de vista da essência, a tese é simpática, porque atende a dois requisitos contemporâneos: coaduna-se com o consenso dos malefícios da reeleição e fortalece a autonomia interna da instituição de votar e eleger seus dirigentes, sem perigo de sua vontade ser menor do que o desejo do governante de plantão.

A intenção da semente lançada pode até ser das melhores, porém não deve encontrar terreno muito fértil para germinar, se não houver pressão e engajamento de toda a universidade. Nenhum governador, por mais arejado e progressista que seja, quer perder tinta da caneta. Nesse ponto, nem Ricardo Coutinho é diferente.

Vacina do… – Uma outra proposta inusitada será levada pela reitoria ao Conselho Superior da UEPB. Trata-se do estabelecimento de ‘quarentena’ para ocupantes de cargos eletivos.

…Impedimento – Quem exerce mandato (reitor, chefe de departamento e de cursos, entre outros) ficaria pelo menos um período de dois anos sem poder disputar mandato na instituição.

Construtora se exime de culpa – A Alliance, ameaçada de sanções da Prefeitura da Capital pelos problemas na reforma da Praça João Pessoa, enviou nota à Coluna. “O serviço está sendo realizado por empresa cadastrada na Prefeitura e a fiscalização dos serviços é realizada pela própria equipe da Prefeitura”. Garante estar cumprindo a contrapartida social.

Validade… – Secretário-executivo de Comunicação, Anderson Pires (PT) defende a eficácia do decreto dos cortes, baixado pelo prefeito Luciano Cartaxo, na semana passada.

…Prática – A meta de economia de R$ 100 milhões/ano será atingida – garante Pires – por um detalhe: “O decreto tem força de lei, com implicações sobre a lei de responsabilidade”.

Desequilíbrio – O deputado Wilson Filho (PTB) criticou, ontem, o atraso a fornecedores e o que classificou como “crise financeira instalada na Prefeitura de João Pessoa”.

Impasse – As negociações entre a Prefeitura e o Sindicato dos Professores não prosperaram. Desde Ricardo Coutinho, não havia greve na Educação, lembrou o presidente, Daniel Assis.

Enfim – Ameaçado de multa pela Justiça, o Trauma da Capital implantou o projeto Hospital Maca Livre. Receita? Agilizou o atendimento e o tempo de espera por cirurgias.

Análise – Repercutiu em larga escala o artigo do ex-senador Roberto Cavalcanti (PRB) tratando com reprovação a postura desfocada da realidade do governo Dilma perante a crise.

Menos – Miguel da Construção, vereador em Campina, retifica. Não está há um ano sem estrear na tribuna, mas cinco meses, tempo de sua chegada à Casa. E promete “falar em breve”.

Girando bem – Ex-deputado federal, Walter Brito Neto apareceu no programa nacional do PTC, legenda da qual é presidente estadual na Paraíba. Aquela do “giro de 360º”.

Barraco – O vereador Eudes Sousa divulgou áudio com suposta agressão de Leto Viana (PTN), de Cabedelo. A assessoria do prefeito acusa o parlamentar de armação e anuncia processo.

Amplitude – Para o presidente estadual do PSDB, Ruy Carneiro, o movimento de domingo teve Dilma como alvo principal, mas o recado também serve a toda a classe política.

PINGO QUENTE – “Pedir mudança, sem pedir reforma política, é uma falácia”. Do presidente estadual do PT, Charlinton Machado, ironizando os protestos desse 15 de março, pelo Brasil afora.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

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