João Pessoa, 18 de junho de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Quando a gente suspira e acha que os escândalos chegaram ao limite, eis que os esquemas de corrupção nos surpreendem e revelam a capacidade de infiltração e versatilidade das quadrilhas que surrupiam o dinheiro do sufocado contribuinte.
Mais impressionante ainda é nos depararmos praticamente todos os dias com casos e mais casos de desvio de verba pública. Só nesta semana, aqui na Paraíba, tivemos dois deprimentes episódios com traços semelhantes.
As fraudes registradas nas operações Garparzinho e Delivery têm um ponto em comum: a participação de agentes do serviço público. As gangues que atuam fraudando licitações só podem agir com a conivência de prefeitos e secretários municipais.
Essa foi a lógica tese levantada pelo procurador da República, Víctor Veggi. Além de propina, as empresas também agradavam os gestores contratando operários e futuros cabos eleitorais para trabalhar nas obras. Duplo crime.
No esquema Delivery, funcionários públicos capitaneavam todo o esquema, através da emissão de identidades falsas, primeiro passo para a formação de uma rede de calote no comércio. Tudo feito a partir do desvio de conduta no serviço público.
Nos dois casos, a bandalheira começa com o desejo de enriquecimento a qualquer preço de quem deveria honrar a função confiada e fazer jus à remuneração paga à custa do suor do cidadão, que pra sorte do Brasil, ainda insiste em ser honesto.
Delivery –
Pelo o que a coluna conseguiu apurar, as investigações da Polícia apontam o comerciante campinense Ivanildo Bezerra como o receptador da mercadoria.
Garparzinho –
Envolvida nas fraudes, a Prefeitura de São Bento garante que a obra do Shopping das Redes, feita pela Gimma, foi aprovada pela Caixa Econômica e Tribunal de Contas.
Os girassóis e as novas pétalas –
No encontro estadual do PSB hoje, no Hotel Tambaú, a corrente socialista deve engrossar com a filiação de novos prefeitos oriundos das mais variadas legendas. Entre as novas pétalas do girassol, Haroldo Firmino (DEM), de Serra Branca, Itamar Mangueira (PMDB), de Poço Dantas, Nobinho Almeida (PTB), de Esperança.
Eduardo Campos não vem –
O encontro terá a presença do secretário nacional do PSB, Carlos Siqueira. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, será representado pelo seu secretário de Comunicação, Evaldo Costa, paraibano da gema, natural da cidade de Parari.
Criador e criaturas –
Levantamento do repórter Henrique Lima, do Correio Debate (rádio), aponta que pelo menos quatro assessores de deputados com base principal em João Pessoa se preparam para disputar vaga de vereador. Assunto que não agrada muito aos padrinhos.
Em João Pessoa –
A advogada Nadja Palitot está na lista dos pré- candidatos a vereadores a serem apoiados por Aníbal Marcolino (PSL). Nenhum assessor entrou no seleto grupo.
Retribuição –
Já o deputado Hervázio Bezerra (PSDB) descartou o lançamento da candidatura do filho e reiterou apoio ao ex-colega de muitas batalhas Marcus Vinicius (PSDB).
Pra anotar –
Por falar em Hervázio, após o recesso o deputado tucano chegará à primeira sessão da Assembléia carregando uma nova e importante missão. Um grande desafio!
Enigmático –
Interessante a reação do deputado Branco Mendes (DEM), quando perguntado se tem queixa contra o Governo. “Tá tudo ótimo”. Frase bem diferente do semblante.
Empatia –
O prefeito Luciano Agra desconversou sobre os paparicos dispensados a ele pela presidente Dilma. “Ela conhece nosso compromisso com a habitação”.
Ampulheta –
O vereador Fernando Milanez (PMDB) profetizou a candidatura de Maranhão a prefeito da Capital com embaraçoso argumento. “Ele não tem mais tempo de esperar”.
Cortesia –
Antes de desembarcar na Paraíba, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, fez questão de fazer uma ligação telefônica para um conhecido paraibano.
Afago –
Bezerra convidou o acadêmico Juarez Farias, amigo do seu pai, para a solenidade de ontem no Palácio. O escritor compareceu e foi afagado no discurso do ministro.
Vai faltar cadeira –
O PSB quer eleger oito vereadores em João Pessoa. O PMDB almeja cinco. O PPS mira em número emelhante. Se depender dessas metas, 50 vagas na Câmara será pouco.
Fez água –
Com a liberação de recursos para reconstrução, a Oposição, que acusou o Governo de sepultar Camará, ficou em maus lençóis. Armando Abílio tratou logo de elogiar.
PINGO QUENTE – “Casa política é para representatividade, não para meio de vida”. Conselho republicano do cândido, inocente e desapegado deputado João Gonçalves (PSDB) aos iniciantes na política.
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OPINIÃO - 22/11/2024