João Pessoa, 13 de junho de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Júnior morava no bairro de Mangabeira. Era um rapaz pobre, por isso começou a trabalhar cedo. O último emprego foi num posto de gasolina. Demitido, o rapaz aceitou o primeiro trabalho que apareceu pela frente.
Foi atraído pela oferta. De cara, recebeu logo uma moto para facilitar sua atividade diária no novo e arriscado trampo. Fácil pra cruzar ruelas e becos, a motocicleta era uma mão na roda e atendia as exigências do patrão.
Semi-nova, a “envenenada” era tudo que ele mais queria, embora o sonho de consumo tenha sido realizado de uma forma bem diferente do que os parentes sempre imaginaram para aquele menino obediente e cheio de vida.
Mas Júnior tocou o barco. Escondeu da tia, sua confidente, os riscos inerentes à profissão escolhida. E seguiu na sua jornada. De tão animado com as promessas de lucros, esqueceu de amealhar as instruções básicas do serviço.
Na primeira semana, um deslize. Júnior invadiu a área da concorrência e entrou na freguesia errada. Os concorrentes não perdoaram o vacilo. Não adiantou de nada argumentar, Júnior foi enquadrado na lei da inclemência.
Aos 19 anos, o rapaz que sonhava com uma moto se despediu da vida e dos sonhos sem dá tempo avisar aos familiares e amigos de sua partida. Só ao ver o corpo no chão, a tia descobriu que o sobrinho entrara no tráfico. Para nunca mais voltar.
Triste fim –
A história foi-me relatada outro dia pela tia de Júnior num supermercado de João Pessoa. A saga do rapaz é recente. Teve um final infeliz ano passado.
Por telefone –
Júnior não chegou a conhecer seu ex-patrão, um apenado do Róger, que via telefone, aliciou e convenceu o ex-frentista a enveredar pelo caminho das drogas.
Impunidade que alimenta o crime –
Até hoje, nem o contratante dos serviços de Júnior e nem muito menos o traficante rival, autor da sentença de morte do sobrinho da professora, sofreram qualquer sanção. O apenado continua de dentro da cadeia atraindo mais jovens para o tráfico e o dono da boca de fumo exibindo vez em quando no currículo a morte de mais um “otário”.
A guerra continua –
O presidiário mandou avisar ao adversário do mercado da droga que vingará a morte. Não por solidariedade à família e nem muito menos por piedade pelo fim do seu ex-empregado, mas para alimentar novo capítulo da maldita guerra do tráfico.
Vítima vira prisioneira –
A mãe de Júnior sabe quem matou o filho. Jovem como seu Júnior, o rapaz também foi eliminado em uma dessas disputas por ponto de droga. Ela conhece o mandante. Esse está bem vivo. Uma certeza que tira o sono da mãe de coração despedaçado.
Mote –
Perguntinha que se faz na ágora paraibana. O briefing do programa do PSDB na TV passou pelo crivo de Cássio ou só teve inspiração do senador Cícero Lucena?
Consultoria –
Será verdade que uma conhecida profissional de comunicação foi contratada para cuidar exclusivamente da imagem do prefeito de João Pessoa, Luciano Agra (PSB)?
Coincidência –
Só foi beber da água do Palácio, onde se remaneja com facilidade, que a ministra Ideli Salvatti foi relocada por Dilma. Pelo menos nesse caso, ninguém adoeceu.
Milagre no ar –
No momento que era indagado na Rádio Correio Sat se havia sofrido calote de algum prefeito, o forrozeiro Cicinho Lima recebeu duas inesperadas ligações…
Medo –
Do outro lado da linha, dois prefeitos velhacos assumiram compromisso de pagar o atrasado. “Vou vir mais vezes aqui”, brincou Cicinho com Orlando Camboim.
Entre a cruz… –
Em entrevista ao Portal MaisPB, a juíza Niliane Meira, cujo mandato expira esta semana, disse que o magistrado vive um grande dilema na hora de julgar.
…E a espada –
“Os juízes sofrem pressão. A sociedade quer uma resposta rápida da Justiça, mas um julgamento rápido pode acabar refletindo falta de cuidado”, ponderou Niliane.
Cabo eleitoral –
O deputado Hervázio Bezerra (PSDB) subiu de patente, mas não se livrou da política de bairro. Na última eleição, trabalhou e elegeu aliado no Conselho Tutelar Praia.
Acordado –
Enquanto muita gente pensa que João Corujinha (PSDC) está dormindo, o vereador não fecha os olhos, aproveita o sono dos concorrentes e capitaliza a reeleição.
Humor negro – Em que pese às pesadas cobranças do governador Ricardo nas reuniões de equipe, tem secretário com desempenho tão baixo que não faria falta se “adoecesse”.
PINGO QUENTE – “Eu não estou pensando em candidatura agora”. Da deputada Daniella Ribeiro (PP) negando com palavras o que não consegue disfarçar em atos, passos e planos.
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OPINIÃO - 22/11/2024