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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

O grampo

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publicado em 09/06/2011 ás 08h22

A quem interessaria saber do conteúdo de todas as conversas do gabinete da presidência da Assembléia Legislativa? Desde quando a sala do presidente Ricardo Marcelo estava sendo monitorada? O que os autores do grampo buscavam flagrar?

Essas perguntas devem ser respondidas pela investigação solicitada pelo deputado Ricardo Marcelo à Polícia Federal e ao Ministério Público. Pela gravidade, o fato não pode morrer apenas no relatório que comprovou a arapongagem ao representante de um dos Poderes.

Somente o resultado da investigação será capaz de apontar causas, culpados e motivações. Por isso mesmo qualquer ilação ou insinuação neste momento é pura precipitação, leviandade e até irresponsabilidade de quem levanta precoce suspeita.

O desfecho desse caso deve interessar aos demais poderes. Afinal de contas, quem garante que o Executivo e Judiciário também não podem está sendo vigiado pelo monitoramento ilegal, inescrupuloso e criminoso?

Aliás, não é de hoje que sobram nos bastidores as notícias de grampo a autoridades na Paraíba. São muitas histórias, algumas envolvendo o aparato de setores que deveriam usar tecnologia e poder para preservar a privacidade dos homens públicos. A investigação da PF vem em muito boa hora. Não apenas para desvendar o mistério da Assembléia, mas para passar a limpo esse tipo de atividade clandestina.

Boca fechada – Com tanta discussão improdutiva, provocações miúdas e bravatas na Assembléia Legislativa, bem que a boca de muitos deputados é que deveria ser grampeada.

Por precaução –
Se eu fosse Durval Ferreira (PP) mandava logo vasculhar telefones da sala da presidência da Câmara de João Pessoa. Diferente de esgoto, linha vive desobstruída.

Minoria unida contra maioria partida –
Oque impede todos os dias pelo menos cinco deputados do Governo de comparecer ao plenário da Assembléia para garantir a aprovação dos projetos? Enquanto a bancada governista não consegue bater o ponto unida, o bloco oposicionista, mesmo sendo minoria, vai dando trabalho, dor de cabeça e emperrando a pauta de votação.

Das duas, uma –
Ou alguns governistas estariam boicotando a liderança do deputado Lindolfo Pires (DEM) ou os aliados do governador estão jogando com o Governo. Assinam a lista de presença na reunião com o governador, mas faltam na prova do voto da Assembléia.

Idioma político –
Em que pese à competência de Walter Aguiar e Lúcio Flávio Vasconcelos, talvez a Casa Civil esteja precisando de um político com mais jogo de cintura para fazer a interlocução com a base aliada. Alguém que entenda a linguagem dos deputados…

Cadê você? –
Por falar em relacionamento com aliados, o que anda fazendo o secretário de Articulação, Zé Lacerda Neto? Anda calado demais ou articulando de menos?

Esquentando  –
Depois de chamar Lindolfo para a briga, o deputado Aníbal Marcolino (PSL) passou a tarde refletindo no assunto entre taças de vinho Periquita no Cassino da Lagoa.

Concorrência –
Aliás, há um mês o deputado Zé Aldemir (DEM) deixou de ser o maior desafeto do colega Lindolfo Pires. Concorre agora com Daniella Ribeiro (PP) e Aníbal.

Ruído  –
O que teria motivado o governador Ricardo a exonerar Zé Hugo, um dos principais cabos eleitorais do amigo e aliado deputado Edmilson Soares (PSB)?

Atrasado –
Após período de ausência, o deputado Caio Roberto (PR) deu o ar da graça ontem na Assembléia. Chegou por volta das 11h30, com cara de sono. Mas chegou!

Nostalgia –
A ex-deputada Lúcia Braga tem matado a saudade do parlamento estadual. Todos os dias, ela ocupa uma das cadeiras do plenário e faz auxiliar companhia ao marido.

Assustados –
Observação de um atento jornalista. Depois da invasão, os funcionários do Palácio agora exageram no cuidado com a entrada de pessoas em certos ambientes.

No páreo –
Na disputa pela instalação da Foton Caminhões, a Paraíba concorre com as cidades de Anapólis (GO) e Uberlândia (MG), candidatas aos investimentos chineses.

Meningite –
A Paraíba já tem 68 casos notificados. Cabedelo tem o maior foco, o que motivou reunião ontem à tarde entre as secretarias de Saúde do Estado e do município.

Tristeza –
O vereador Jorge Camilo (PT) ficou comovido no lamento à saída do ministro Palocci. “Ele teve que declinar em favor de um projeto político que liberta”. Tadinho.

PINGO QUENTE – “Ela está com saudade de defender o prefeito”. Do vereador Bira (PSB) sobre a preocupação da colega Eliza Virgínia com a falta de defesa governista às críticas da Oposição a Agra.

 

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