João Pessoa, 08 de junho de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
De nada adiantará ao Governo Ricardo suplantar as turbulências das greves e o desgaste resultante dos conflitos com o servidor estadual, se não conseguir superar o problema de articulação política com a própria base na Assembléia Legislativa.
O Governo diz que tem maioria, mas vez por outra fica no meio do caminho quando precisa aprovar matérias importantes na Casa. Ora, se o bloco governista é majoritário porque aqui e acolá se torna refém da estratégia da Oposição?
A bancada do Governo de fato é maioria, como de fato parte considerável de seus integrantes se queixa de “jogo duro” e em razão disso adota o “corpo mole” na hora dos embates. É a maneira mais discreta e menos bélica de mandar recados.
Afora, as queixas oriundas de acúmulo de pleitos não atendidos, a liderança do Governo apresenta claros problemas. Não por falta de habilidade do líder Lindolfo Pires, mas pelas seqüelas que provocaram fissuras na relação do deputado sousense com grande parte dos colegas eleitores de Ricardo Marcelo.
Poucos parlamentares da base se sentem à vontade em buscar a liderança para interlocução de demandas. E o próprio Lindolfo enfrenta certa dificuldade na busca de diálogo mais próximo e franco com algumas “espinhas atravessadas na garganta”.
O governador até sinalizou preocupação e criou ontem a tal emenda individual para os parceiros. Ajuda, mas não resolve. Os deputados querem tratamento mais amistoso, o que às vezes é uma linguagem desconhecida a determinados auxiliares.
Teste –
Após reunião onde o governador pediu empenho da base na aprovação de matérias, a Oposição conseguiu mais uma vez obstruir a ordem do dia e travar a votação.
Distração –
O líder Lindolfo Pires (DEM) até tentou explicar e atribuiu a nova baixa ao fato de alguns parlamentares terem se distraído cumprimentando aliados no Palácio.
A pauta do Governo na Assembléia –
O Governo trabalha pela aprovação de pelo menos 10 projetos de iniciativa do Executivo até o dia 20, antes do recesso. Ontem, a liderança concentraria esforços na votação dos recursos do Empreender, o programa de incentivo à caprinocultura, da Emepa, e a criação do fundo especial da Secretaria de Esportes.
Braga, a história e a reação –
Bastou a Aracilba Rocha dizer publicamente o que todo mundo cogita nos bastidores para o céu descer abaixo. Wilson Braga não gostou de ter a sua gestão associada à corrupção e chamou a secretária de incompetente. Aracilba poderia ter evitado.
Aracilba, a análise e as feridas –
“História é história. Fiz apenas uma análise dos governos. Não quis atingir nenhuma figura específica”, justificou a secretária tentando botar panos quentes diante da violenta reação do ex-governador paraibano na tribuna da Assembléia Legislativa.
Castigo –
O ex-vereador Miguel Arcanjo teria sido ungido pela Igreja Universal para voltar e substituir pastor Edmilson (PRB). Dizem que foi praga do padre Adelino (PSB).
Procura –
Informação do secretário do Desenvolvimento da Articulação Municipal, Manoel Ludgério: 152 prefeituras já preencheram cadastro do Pacto pelo Social.
Engrossando –
Além de Eva Gouveia, Ludgério e Wilson Braga, o vice-governador Rômulo Gouveia articula a filiação de mais um deputado no PSD. E não vai demorar muito…
Abraço de afogados –
Derrotados nas últimas pesquisas Ibope (rádio e tv), dois empresários de comunicação estão quase fechando uma retroalimentação de sobrevivência. Pela audiência.
Humanização –
Um grupo restrito de convidados da Faculdade de Ciências Médicas participa na próxima sexta da palestra do escritor Augusto Cury, às 20h, no Hotel Tambaú.
Remédio amargo –
O Governo sabe o preço do desgaste provocado pelo corte de gratificações e o retorno do duplo expediente. “Mas é o correto”, ponderou Lúcio Flávio, chefe da Casa Civil.
Parcial –
Apesar de ainda inconcluso e sem data de inauguração, o Hospital de Trauma de Campina já botou pra funcionar a unidade infantil, que atende 22 crianças.
Na fila –
Após policiais, professores e médicos, os defensores públicos são a bola da vez na pauta de greve na Paraíba. A categoria tem reunião marcada para o próximo dia 16.
Despiste –
O deputado Efraim Filho (DEM) comemorou, mas não se empolgou muito com a saída de Palocci, da Casa Civil. “Dentro da ética petista, daqui um tempo ele volta”.
Zebra –
A decisão judicial determinando o fechamento das bancas de jogo mexeu com integrantes da bancada do bicho na Câmara da Capital e Assembléia. Deu águia…
PINGO QUENTE – “Fiquem tranquilos. Ninguém acaba jogo do bicho”. Do delegado Antônio Farias, designado responsável pelo fechamento das bancas de jogatina em João Pessoa.
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OPINIÃO - 22/11/2024