João Pessoa, 05 de abril de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Responda rápido. Num Estado pobre como o nosso, R$ 50 milhões circulando na economia faz diferença? Pois essa é a média que a Paraíba perde por ano com a deficiência do Terminal Pesqueiro do Porto de Cabedelo, segundo cálculos do engenheiro de pesca da Empasa, Celso Carlos Fernandes Duarte.
Eu estava lá e vi com meus próprios olhos quando o então ministro Altemir Gregolin, do governo Lula, inaugurou o Terminal, com todas as pompas, circunstâncias, presença da imprensa e do governador, projetando a obra de R$ 14 milhões como a catapulta para a Paraíba volta a ser um pólo atuneiro no Nordeste. Navegados quase cinco anos, o discurso de setembro de 2010 continua oceanicamente distante da realidade e o Terminal nunca operou como previsto.
Pra piorar a história, mesmo novinho em folha, o tal Terminal ganhou uma “revitalização”, feita em convênio com o Exército. A intervenção ainda não tem data certa para terminar, claro, bem ao estilo da gestão pública brasileira, pródiga na incompetência dos seus gastos e ridícula no cumprimento dos prazos.
Por esses 30 dias, o ministro da Pesca, Hélder Barbalho, o filho do inconfundível Jáder Barbalho, aquele senador que ficou famoso pelo financiamento público de seus ranários, atracará na Paraíba para inspecionar as obras do Terminal, segundo ele garantiu ao senador Raimundo Lira, preocupado e inserido nesse tema.
Parece piada, mas buscam-se mais recursos para recuperação das instalações atuais – orçadas em iniciais R$ 14 milhões – para, finalmente, “o pleno funcionamento” de algo inaugurado há mais de quatro anos. Fazendo sua parte, Lira pretende a criação de uma infraestrutura de apoio com estaleiro, abastecimento e manutenção dos barcos.
Um enredo que revela com clareza das águas: a gestão brasileira planeja como marinheiro de primeira viagem, obriga, com sua ineficiência, o Estado a nadar contra a maré e afunda o dinheiro público em mares profundos. Mas, um aviso aos navegantes: um dia a paciência da gente chega ao estágio terminal.
Por água… – De 2010 a 2013, o Terminal deixou de faturar cerca de R$ 150 milhões, considerando a capacidade de armazenamento de cerca de 4,8 mil toneladas de pescado/ano.
…Abaixo – O mais triste de tudo é saber que se estivesse sendo operado bem esse equipamento teria potencial para inserir a Paraíba no quadro econômico da pesca oceânica no Nordeste.
Sena acumulada – Vem de 2014 o estremecimento entre o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, desembargador João Alves. No processo eleitoral, Alves foi o único voto contrário, no TRE, à elegibilidade do tucano. Pediu vistas na sessão e na seguinte apresentou parecer divergente da maioria.
Sem retiro – Como a semana no Congresso promete com revelações bem profanas, Cássio não viajou nesse feriadão da Semana Santa. Preferiu ficar mesmo concentrado em Brasília.
Alô… – Semelhante à Assembleia da Paraíba, que instala a CPI da Telefonia nesta semana, a de São Paulo também tramita e investiga os péssimos serviços das operadoras.
…Consumidor – Lá, porém, o foco é mais amplo do que cá: além do serviço móvel – de longe o mais reclamado –, a CPI vai se aprofundar sobre as linhas fixas, TV a cabo e banda larga.
Louvação – Um desavisado que viu a última chamada do programa da FIEP pode ter confundido com propaganda do PSB ou mesmo com um anúncio publicitário do Governo.
Favas contadas – Em Sousa, já é dada como certa a filiação do ex-prefeito Fábio Tyrone, aliado do governador na cidade, ao PSB. Tyrone deixa o PSDB de Cássio, com quem rompeu.
Índex – Afastado do círculo de Luciano Cartaxo, o professor Marcus Alves, da coordenação da campanha de 2012 e ex-secretário de comunicação, arranja consolo na Academia.
Super poderes – Em Cajazeiras, espanta até taludos aliados do governo a ascendência de Rivelino Martins, militante histórico do PSB, junto ao governador Ricardo Coutinho.
Debate – Pernambucano de nascimento, o deputado Roberto Freire (PPS-SP) apresenta esta semana em Brasília a proposta de instalação do regime parlamentarista no Brasil.
Herança – Famoso no episódio do mensalão, o falecido deputado José Janene (PP) deixou mais que o constrangimento à família: o espólio vai ter que devolver R$ 4,5 mi à Justiça.
PINGO QUENTE – “Vamos dar um tempo”. Do deputado Ricardo Marcelo (sem partido) sobre sua fase de reflexão sobre novo destino partidário, após saída do PEN.
*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.
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OPINIÃO - 22/11/2024