Basta um olhar sobre sua composição para compreender quantos desafios ainda pairam no caminho da Assembleia Legislativa, apesar dos nítidos avanços e da visível abertura para a sociedade ao longo de uma extensa contribuição histórica ao resultado do que somos, bem ou mal, enquanto Estado.

A Assembleia chega ao 180º aniversário com características ainda predominantemente conservadoras, no geral. Salvo raras exceções, a imagem do plenário reunido é a síntese de nossa política paraibana, marcada pelo domínio da herança familiar e do poder econômico.

São poucos, pouquíssimos parlamentares que não se enquadram nesse perfil ou não são fruto da emblemática tradição oligárquica. Outras vagas são asseguradas pelo assistencialismo, tão forte na política do Interior e nas periferias de nossas grandes cidades, ou pela força de estruturas de poder aliadas, como prefeituras e Governo.

Pra não dizer que não falei de flores, há sim quadros diferenciados do figurino reinante. Gente que precisou vencer na vida pelo próprio braço, esforço, talento, entrega e vocação para a vida pública. Há também vozes que se fizeram pela luta e superação nos movimentos sociais. Essas fazem a diferença na agitação dos grandes temas e causas na pauta do dia-dia dos paraibanos.

O diagnóstico, porém, não deve ser debitado somente na conta dos que lá estão. Eles, também, cada um do seu jeito, são representantes de extratos sociais que merecem participação nos debates. Lideranças ligadas a setores produtivos, empresariais e segmentos igualmente importantes para o desenvolvimento do Estado.

O que lá está é reflexo da nossa consciência política. Se há queixas e constatação das limitações dessa representação, faz-se necessária também uma autocrítica do eleitor e dos critérios que imperam na hora do voto. No geral, a Casa registra importantes e notáveis avanços nos quesitos transparência e participação, mas, no auge desses 180 anos, precisa ainda se renovar: não só em nomes, mas em mentalidade.

Próximos…

O Legislativo paraibano computa 16 partidos representados em plenário. Do tradicional PMDB ao dogmático PC do B, legendas desfilam convicções e idéias para a Paraíba.

…Passos

O atual presidente da Casa, Adriano Galdino (PSB), quer a expansão da TV Assembleia, “inicialmente para Campina Grande e em seguida para todo o Estado”.

Greve em João Pessoa

O apoio das entidades representativas à greve da Educação em João Pessoa tem sido proporcional ao cerco deflagrado pela Prefeitura para empurrar os grevistas ao retorno às escolas. Ontem, 29 entidades soltaram nota de apoio ao movimento. O prefeito Luciano Cartaxo (PT) insiste no pedido de compreensão ao momento de crise.

Domingo…

Com aniversário coincidindo no Domingo da Ressurreição de Cristo, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) recusou qualquer comemoração festiva nesse natalício específico.

Páscoa

Em Brasília, onde se manteve no feriadão, apenas um singelo e caseiro almoço. ‘Não sou digno da coincidência, mas é sempre uma bela coincidência”, expressou à Coluna.

Conectado

Cadeirante, Ronaldo Barbosa, filho do deputado Ricardo Barbosa (PSB), lança este mês um blog com foco no debate da acessibilidade. “Ronaldo Sobre Rodas” é o nome.

Dois…

Presidente estadual do PSD, Rômulo Gouveia pretende estender a tabelinha celebrada com o PT em 2014, quando votou com Lucélio para senador, para a eleição de 2016.

…Toques

“Nossa relação é muito boa, inclusive esperamos construir uma aliança para a reeleição. Tenho ajudado no que posso”, informou o deputado federal, em contato com a Coluna.

Novas…

Ex-superintendente do Detran, Rodrigo Carvalho foi nomeado coordenador da Comissão Estadual de Segurança dos Portos e Vias Navegáveis, na Paraíba.

…Missões

Além desse cargo, Carvalho – delegado de carreira da Polícia Federal – recebeu portaria para chefia da Delegacia de Imigração e Representação Regional da Interpol no Estado.

Dando um tempo

Lançada no começo de 2014 pelo PT como candidata a governadora, a ex-deputada Nadja Palitot anda sumida, de propósito, do cenário político. Dedicada à advocacia.

Armas

O PMDB nunca esteve tão forte na política brasileira. Toda a linha sucessória passa pelo partido. Vice-presidente e presidentes da Câmara e do Senado são peemedebistas.

Cofre

O caixa do PT, até então sempre recheado, sofreu abalo com o escândalo da Petrobrás. Com a baixa nas doações, a ordem é de demissões e cortes de gastos mensais.

PINGO QUENTE

“O PT será sempre condenado, por ter cachorro e por não ter cachorro”.

Do ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT), em defesa da legenda, na primeira entrevistas após sair da cadeia.

* Reprodução Jornal Correio da Paraíba

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