João Pessoa, 25 de maio de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O ex-governador Cássio Cunha Lima é um expert em dizer o que pensa com uma sutileza capaz de despistar até o alvo a ser bombardeado. Quando, em entrevista a Luis Tôrres, declarou defesa à reeleição do prefeito de João Pessoa, Luciano Agra, Cássio, ao seu modo, “ameaçou” a candidatura própria do PSDB.
Mas, habilidoso como sempre, foi cuidadoso ao tratar do tema, alegando que sozinho não tem como barrar ou vetar a postulação do senador Cícero Lucena. Uma meia verdade. Em passado bem recente, ele atravessou deserto mais arenoso: sem mandato, dissolveu a candidatura ao Governo do presidente estadual da legenda.
Noutra linha, Cunha Lima manifestou intenção de lutar para que pelo menos Cícero Lucena não ceda o “sangue” tucano numa transfusão em prol do PMDB. Diz, em outras palavras, que não aceitaria o PSDB irrigando os projetos peemedebistas.
A priori, Cássio externou um texto ambíguo por expressar solidariedade ao PSB na disputa da Capital e posteriormente admitir não ter forças para repetir nos mesmos termos a aliança celebrada ano passado, dada as circunstâncias locais e atuais. O que convenhamos, é sim uma ambigüidade latente.
Como não dá “murro em ponta de faca”, Cássio pode ter mandado recado aos dois lados dessa moeda. O de que adotará a estratégia que a ocasião apontar como mais viável. Um ou outro passo do ex-governador dependerá muito dos acenos dos próprios interessados no processo. Quer ter seu tamanho reconhecido. Por quem quer seu voto.
Pra registrar –
Apesar de ter atingido a meta de 30 mil assinaturas, o vice-governador Rômulo Gouveia pediu mais empenho aos aliados. Quer chegar a 50 mil assinaturas em favor do PSD.
Fantasmas –
A empolgação do deputado Tião Gomes (PSL) pela CPI deu lugar a um discurso mais cauteloso. “Não pode ser a toque de caixa”. Confirma o que a coluna já previa.
A precipitação e o fiasco do impeachment –
O impeachment de Agra foi arquivado porque a bancada governista é maioria. Certo? Não. O processo morreu porque os fatos elencados pela Oposição não sensibilizaram a sociedade. Tanto que esta não se mobilizou. Não dá pra escorraçar um gestor somente baseado em indícios, suspeitas ou no projeto de poder dos adversários.
Ele não desiste –
O líder da Oposição, Fernando Milanez (PMDB), segue a cruzada. Primeiro, reclamou de equívocos na tramitação do impeachment na Casa e depois anunciou recurso ao Judiciário. “Se não é para apurar as denúncias, então pode fechar a Câmara”.
A defesa do prefeito –
Bruno Farias (PPS), líder do Governo, foi didático na defesa. Lembrou que na denúncia do MP não se fala em direcionamento da licitação e frisou que não há qualquer recomendação do TCU contra a prorrogação do contrato com a SP Alimentação.
Normalidade –
Diferente de outros oposicionistas, o tucano Marcus Vinicius defendeu a legalidade do trâmite processual. “Durval foi correto. Não infringiu a lei e o processo legislativo”.
Água –
O governador Ricardo Coutinho conseguiu da ministra do Desenvolvimento Social, Thereza Campelo, a garantia de recursos para construção de 4.500 cisternas.
Abuso –
A distribuição de ônibus no período pré-eleitoral pode render remédio amargo ao ex-governador José Maranhão. O TRE decidiu ontem se aprofundar sobre a denúncia.
Bocão –
O presidente da Câmara de Santa Rita, Ednaldo Edelícia, virou “Jonas” na boca do colega Olavo de Baleia, autor de pesadas acusações de desvios de verbas na Casa.
Fatiado –
Segundo Olavo, a Mesa contabiliza um saldo mensal de cerca de R$ 170 mil. “O restante ele divide com um outro grupo de vereadores”. Um bolo grande.
Subindo o tom –
O secretário Waldson Souza perdeu a paciência ontem com o presidente do Simed, Tarcísio Campos. “Estamos pedindo bom senso a este camarada”. Pegou ar.
Plantão –
Waldson negou redução no valor dos plantões dos médicos do Trauma. Continua R$ 1 mil, valor estabelecido no Maranhão III. “A diferença é que esse Governo paga”.
Pela vida –
Independente da exacerbação da categoria, cabe ao Governo resolver o problema. E ponto final. O paciente, a grande vítima, é que não pode pagar com a vida.
Leite – O Governo ainda não explicou por que o leite do programa do cuscuz é de Pernambuco. Não custa esclarecer, apesar de quem bebe não está nem aí pra origem da vaca.
Insensatez –
Se não bastasse a falta de açougue, agora o prefeito Deusimar Guedes deixa as crianças de Aparecida andar 10 km a pé por falta de pagamento do transporte escolar.
PINGO QUENTE – “Tá faltando é coleta seletiva”. Do vereador Jorge Camilo (PT) sobre o estranho entupimento do esgoto da Câmara de João Pessoa.
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OPINIÃO - 22/11/2024