João Pessoa, 12 de abril de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, realizaram neste sábado (11) um encontro histórico durante a Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá, o primeiro entre presidentes dos dois países em mais de meio século, de acordo com jornais internacionais.
A reunião entre os líderes simboliza a reaproximação e retomada do diálogo entre os dois países, encerrando décadas de tensão política e disputa ideológica.
O último encontro frente a frente aconteceu entre os presidentes Dwight Eisenhower, dos EUA, e Fugencio Batista, de Cuba, em 1956, em outra cúpula das Américas no Panamá, antes da revolução cubana, de acordo com o site do jornal “USA Today”. Em 1959, o então vice-presidente dos EUA, Richard Nixon, e Fidel Castro se encontraram, destacou a “CNN”.
‘Guerra Fria acabou’, diz Obama
Em coletiva de imprensa após o encontro, Obama disse que a conversa com Castro foi “cândida e frutífera” e que o encontro pode ter sido um “divisor de águas” na história entre os dois países. Ele afirmou também que tem o apoio “da maioria” para sua política envolvendo Cuba nos EUA.
“Temos que estar certos de que Cuba não é uma ameaça para os EUA”, disse o presidente norte-americano a jornalistas. “Parte da mensagem aqui é que a Guerra Fria acabou”, completou, afirmando que os EUA não estão no negócio da “mudança de regime”.
Obama disse ainda que deve haver maneiras de avançar no acordo nuclear com o Irã para “satisfazer o orgulho iraniano”, mas também para alcançar objetivos fundamentais”, e reforçou que ainda haverá “duras negociações” sobre o assunto.
O presidente norte-americano descreveu o encontro como “histórico” e acrescentou que continuará pressionando Cuba sobre o tema de direitos humanos. Anunciou ainda que as conversas e esforços estão focados em reabrir as embaixadas em ambos os países.
Os dois sentaram-se lado a lado em uma pequena sala de conferências, com um clima cordial, mas de negócios. Cada um acenou e sorriu para alguns dos comentários feitos pelo outro, em breves declarações a jornalistas.
Lista de apoio ao terrorismo
Em coletiva após o encontro, Obama afirmou que ainda não decidiu se vai retirar Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo, onde está incluída desde 1982.
A eventual retirada da lista negra seria um importante passo simbólico, depois que os dois países anunciaram uma aproximação diplomática em dezembro para colocar fim a meio século de inimizade.
Para retirar Cuba da lista de patrocinadores de terrorismo, o departamento de Estado deve comprovar que o país caribenho não participou ou apoiou atividades terroristas nos últimos seis meses, e que o governo cubano se compromete que não o fará no futuro.
OPINIÃO - 26/11/2024