João Pessoa, 11 de maio de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Ninguém pode tirar da Câmara de João Pessoa a prerrogativa de investigar profundamente quaisquer fatos que julgar suspeito. Por isso mesmo, a Oposição até poderia pedir abertura de apuração de possíveis irregularidades na prorrogação do contrato ou na execução do serviço. Assim, o Poder verificaria in loco a qualidade das refeições servidas aos 70 mil alunos da Capital. Seria o normal.
O anormal é de cara sugerir um impeachment por conta da citação da merenda escolar de João Pessoa numa reportagem de televisão nacional. Para “ganhar” a opinião pública, a Oposição precisaria dizer claramente qual foi o crime cometido pelo prefeito Luciano Agra. E até agora não disse.
As observações da Promotoria da Educação por si só não configuram fato determinante capaz de impichar o prefeito. Porque o serviço pago pelo poder público foi executado regularmente e até aqui não há qualquer prova concreta de fraude na licitação ou decisão judicial nesse sentido. Tanto que o TCU deu sua chancela.
Se a Oposição erra pela pressa, a gestão socialista errou pela lentidão em romper esse contrato, apesar das denúncias questionando a idoneidade da empresa. Seria uma medida preventiva que resguardaria a própria Prefeitura. Foi um deslize político e conceitual. Mas a rigor nada que desabone a conduta de Agra ou que lhe faça passível de escorraçamento do Paço Municipal, como deseja e prega açodadamente a Oposição.
Perda –
O deputado Aníbal Marcolino (PSL) levou o tema para a Assembléia. “Os alunos estão perdendo. Quem perde somos nós”. Acha exorbitante o preço (R$ 1,30) da refeição.
Antecipação –
Já Luciano Cartaxo (PT), pretenso candidato em 2012, acusou Agra, virtual concorrente, de atuar como uma espécie de secretário informal do governador.
Passado, presente, Milanez e Bira –
Em entrevista ao portal MaisPB, o líder da Oposição, Fernando Milanez (PMDB), pediu o apoio da OAB e Ministério Público na cruzada pelo impeachment de Agra e fez uma profecia. “Sei onde começou, mas não sabemos onde vai parar”. Bira devolveu. “Ele sabe onde começou. Foi na gestão de Ricardo, da qual ele era forte aliado”.
Cardápio novo –
Até a veiculação da matéria no Fantástico, não se tem notícia na imprensa local de reclamação ou denúncias de alunos e pais a respeito da qualidade da merenda escolar oferecida. É coisa novíssima. De repente descobriram um caroço no mungunzá.
Ariane é contra –
Em que pese a prefeitura ter anunciado a retomada do controle da merenda, a secretária Ariane Sá se mantém favorável a terceirização, tomando por base as reclamações de diretores de escolas. Além do mais, lamenta que a refeição sairá mais cara.
Receita –
Toinho do Sopão (PTN) continua cuidando pessoalmente de sua sopa. O caldeirão leva 12 quilos de mocotó devidamente selecionados pelo próprio deputado estadual.
Balas… –
O advogado Michel Saliba, da defesa do ainda senador Wilson Santiago (PMDB), não gostou da acusação de procrastinação do colega Luciano Pires. “É falta de ética”.
…Trocadas –
Acusado de fazer o mesmo no processo de Cássio, Pires se exaltou. “É desconhecimento jurídico. Nunca recorri de decisão do STF com repercussão geral”.
Não quer –
Já está definido. O ex-coordenador do Procon, Watteau Rodrigues, não aceitará a chefia da Guarda Municipal de João Pessoa por entender que não tem o perfil do cargo.
O troco –
O Balanço Geral (Correio Sat) promove nesta quinta, às 18h, a campanha “Na mesma moeda”. O consumidor vai protestar no posto mais caro, o Village, dos Bancários.
R$ 1 –
No protesto, o motorista pessoense formará filas e abastecerá apenas R$ 1 real na bomba. Detalhe: vai pagar no cartão de crédito e exigir a emissão da nota fiscal.
Na lista –
O senador Vital Filho e a deputada Nilda Gondim festejaram ontem a inclusão de Campina Grande no rol das quatro cidades do Nordeste com potencial de inovação.
Munido –
Na sessão de hoje da Assembléia, o secretário de Saúde, Waldson Souza, vai levar munição para rebater a Oposição, mas também apresentará saldo do seu trabalho.
Nova frota –
Waldson deve anunciar a conquista de R$ 6,5 milhões para compra de novas ambulâncias e a viabilização do funcionamento pleno da Farmácia Básica.
Memória –
Antes de apontar o canhão para a “nova saúde”, os guerrilheiros não devem esquecer que as cooperativas ficaram com salários atrasados de 2010. Pagos em 2011.
PINGO QUENTE – “Vossa excelência é muito gaiato”. Do vereador Mangueira (PMDB), que consegue ser formal e coloquial ao mesmo tempo, se referindo ao rival Bira (PSB).
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OPINIÃO - 22/11/2024