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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

Metamorfose girassol

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publicado em 17/04/2015 ás 14h07

Enquanto não aparece no campo administrativo, a novidade do primeiro para o segundo mandato do governo Ricardo Coutinho é percebida na seara política. No mandato inicial, Ricardo nunca fez muito esforço para ter uma maioria folgada na Assembleia Legislativa. Embora precisando e sofrendo derrotas no plenário, o socialista sempre fez pouco caso dessa necessidade política.

Nos quatros primeiros anos, ele preferiu pagar o preço ou, melhor dizendo, não pagar e arcar com o ônus das refregas seguidas. Na queda de braço com a oposição, perdeu muito mais que ganhou nas votações. Algumas das derrocadas, inclusive, foram humilhantes para a articulação governista.

Ricardo em nenhum momento se assombrou ou se intimidou. Pelo contrário. Incontáveis vezes, ao invés de ceder, optou pelo confronto direto e desqualificou a atuação do Poder, regido, em sua maioria, por adversários capitaneados pelo então presidente da Casa, Ricardo Marcelo.

No segundo mandato, a coisa mudou de figura. Começou pela eleição da Mesa Diretora. O governo teve ousadia e jogou o jogo. Mesmo sem eleger maioria, negociou e atraiu votos da oposição suficientes à vitória do aliado, Adriano Galdino, para tomar o bastão das mãos do agrupamento liderado pelo senador Cássio Cunha Lima.

Agora, movimenta o xadrez para ampliar o tamanho da bancada e azeitar seu time. Para tanto, o líder do Blocão, deputado Buba Germano, confidenciou a estratégia de seduzir votos de emblemáticos e contumazes críticos da gestão estadual, a exemplo de Daniella Ribeiro, Frei Anastácio, Raniery Paulino e Trócolli Júnior.

O esforço revela, sem margem para dúvidas, a mudança do modus operandi de Ricardo. Focado na consolidação de uma liderança regional que lhe catapulte ao mapa nacional, Coutinho quer pista livre para caminhar sem tropeços no terreiro estadual.

Portas…

“Não tenho dúvida que o ambiente hoje nessa Casa é totalmente diferente do passado”, avaliou Buba Germano, condutor do bloco partidário aliado na Assembleia.

…Abertas

Ao comentar o tema, o neo-socialista de Picuí fez questão de afastar qualquer acepção na costura da base: “Se pudéssemos ter os 36 deputados iríamos chamar todos”.

Resíduos da paralisação

O fim da greve sobrou para o presidente do Sindicato dos Professores de João Pessoa, Daniel Assis. A sua condução pelo fim do movimento provocou revolta no líder do PSOL, Tárcio Teixeira, cuja presença na assembleia mereceu crítica de Daniel. “Ele acabou uma greve de forma truculenta sem deixar a base falar”, censurou Teixeira.

Corporação

Para o senador Raimundo Lira (PMDB), a reunião dos governadores e das bancadas do Nordeste teve como ponto alto o “espírito de união” da representação política regional.

Registro

O projeto Sereias da Paraíba, destaque na São Paulo Fashion Week, reforçou o potencial do reconhecido artesanato paraibano e a força criativa da nossa gente simples.

Madrinha

O trabalho das artesãs da praia da Penha ganhou uma incentivadora especial e entusiasmada. Maísa Cartaxo, primeira-dama de João Pessoa, abraçou a causa.

Soft

Maleável agora em relação ao governo, o deputado Trócolli Júnior (PMDB) diz apenas que “votará nas matérias de interesse da Paraíba” que não prejudiquem o servidor.

Escalação

A assessoria do presidente da Assembleia, Adriano Galdino (PSB), ganhou um reforço com a nomeação do advogado Newton Vita, ex-juiz do TRE, escolhido consultor geral.

 

Opostos…

Quem disse que extremos não comungam ideias? O vereador comunista Napoleão Maracajá, de Campina Grande, copiou projeto do democrata Lucas de Brito, da Capital.

…Se atraem

Napoleão, filiado ao PC do B, protocolou ontem projeto que proíbe nomeação de parentes de vereadores na Prefeitura, tal qual propôs Lucas de Brito, em João Pessoa.

Lá e lô

Já está na CCJ projeto de Benílton Lucena (PT) modificando a Lei Orgânica para permitir posse de vereador, que é suplente de deputado, na Assembleia, sem renúncia.

Pito

Teria sido Lucius Fabiani, da Emlur, o auxiliar que ouviu duríssima repreensão do prefeito Luciano Cartaxo (PT) no meio de uma reunião coletiva de trabalho.

De bike

Manifestantes contrários a derrubada de ipês na Beira Rio usaram suas próprias bicicletas como escudo para impedir trabalho das máquinas no canteiro central.

PINGO QUENTE

“Ela contraiu a doença e quer dar o remédio amargo ao povo”.

Do senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, criticando o ajuste fiscal da presidente Dilma Rousseff.

Reprodução Jornal Correio da Paraíba

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