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Jornalista desde 2007 pela UFPB. Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba. Colunista, apresentador de rádio e TV. Contato com a Coluna: [email protected]

A anestesia que a seca provoca

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publicado em 21/04/2015 ás 14h56

“O que eu sinto meu senhor/Não me queixo de ninguém/ O que falta aqui é chuva/Mas eu sei que um dia vem/Vai ter tudo de fartura/Pra quem teve e hoje não tem”. Os versos do compositor baiano Jurandy da Feira, em Terra, Vida, Esperança, gravada em 1984 pelo emblemático Luiz Gonzaga, nunca estiveram tão atuais.

Lembrei deles imediatamente quando li, neste domingo, matéria da repórter Fernanda Figueiredo, da Sucursal do Correio, em Campina Grande. Além da denúncia do quadro crítico do abastecimento d’água no agreste do Estado, a reveladora reportagem trouxe um dado ainda mais preocupante.

Em pleno ano de 2015, as vítimas da seca ainda mantêm a postura de conformismo de décadas atrás, comportamento bem retratado na plangente canção de Jurandy, um dos poucos compositores vivos de Gonzaga e em plena atividade e produção cultural, ao dar voz a um sertanejo imaginário que espera em Deus a solução para sua vida de privação, facilmente aceita como obra do destino.

Na era da informação e do empoderamento da sociedade, os depoimentos captados pela repórter do Correio mostram a dupla estagnação do processo de convivência com seca. Por um lado, a omissão e leniência do Estado, por outro, a falta de conscientização do cidadão passivo da incompetência oficial.

Continuamos agindo e pensando como há 50 anos. Por isso, vez por outra ouvimos absurdos de autoridades como Míriam Belchior, ministra do governo Dilma, para quem somos “uma gente forte” e, portanto, temos resistência para agüentar o tranco da falta d’água e do atraso vexatório da transposição do Rio São Francisco.

A alienação de quem poderia se insurgir contra essa humilhação da falta do bem básico de sobrevivência humana é um estímulo à indiferença dos verdadeiros responsáveis pelo descaso. E por mais que se tente fazer crer, os culpados não são a natureza e nem tampouco São Pedro.

Alvo na… – Se depender da sede dos vereadores Raoni Mendes (PDT), Lucas de Brito (DEM) e Renato Martins (PSB), a secretária Edilma Ferreira, da Educação, vai enfrentar pedreira.

…Mira – Edilma será sabatinada pela Câmara de João Pessoa nesta quinta-feira. A oposição quer focar os questionamentos nos pagamentos realizados com recursos do Fundeb.

Mágoa: fora do dicionário político – À Coluna, o deputado Zé Aldemir (PEN) minimizou sua contrariedade com a prefeita Denise Oliveira (PSB) e o ex-prefeito Carlos Antônio, de Cajazeiras, pela falta do apoio esperado em 2014. “Continuo amigo dos dois sem que isso signifique compromisso ou rompimento para o futuro”. Assimilou o ensinamento de Antônio Mariz.

Firme e… – Em conversa amistosa com o empresário Roberto Cavalcanti (PRB), o ex-senador José Maranhão (PMDB) esbanjou saúde e tratou de espantar boatos contra seu estado físico.

…Forte – O peemedebista passou os últimos dez dias convalescendo de, inicialmente, uma suspeita de virose ou febre chikungunya e, por fim, uma diagnosticada dengue.

Tangente – Tem sofrido o repórter que tenta arrancar declaração de Luciano Cartaxo sobre 2016. “Eleição a gente trata no ano que vem. Não vou confundir o calendário”, esquiva-se.

Reviravoltas – “Até porque tivemos experiências de processos anteriores quando as alianças só se definem no momento adequado”, recorda Luciano, em referência as surpresas de 2014.

Coordenadas – Para fundamentar sua cautela, o petista cita a reforma política, em curso na Câmara: “Quando a gente tiver as regras do jogo definidas, a gente começa a fazer uma leitura”.

Arrumação – O presidente estadual do PSDB, Ruy Carneiro, andou conversando com o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) sobre processo de reorganização interna do partido.

Modéstia – O secretário Adalberto Fulgêncio (PT), influente na gestão de Luciano Cartaxo (PT), rejeita o status de primeiro ministro. Aceita, no máximo, o título de ‘porta-voz’.

Perdas – Deu na Folha de São Paulo. Na reta final para bater o martelo sobre a fusão, as direções de PTB e DEM estimam que a bancada na Câmara cairá de 49 para 43 deputados.

Sampa – Fora da gestão pública, pós-saída da Secretaria de Cultura da Paraíba, o cantor e compositor Chico César voltou a morar em São Paulo, epicentro do showbiz.

Pergunta-se – Como se comportará o ministro do TCU, Vital do Rêgo, ex-senador paraibano, nomeado por uma articulação do governo Dilma, no escândalo da “pedalada fiscal”?

PINGO QUENTE – “Política não é pra quem não deu pra nada”. Do ministro do STF, Luiz Fernando Barroso, defendendo a reforma para a participação de novos políticos inspirados no patriotismo.

*Reprodução do Jornal Correio da Paraíba.

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