João Pessoa, 22 de abril de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
A julgar pelas palavras do deputado paraibano Hugo Motta, presidente da CPI da Petrobrás, o PMDB passa por um novo momento no seu posicionamento político no Brasil. Pra dentro e pra fora. E os fatos vêm comprovando a tese do jovem parlamentar de Patos, que ganha notoriedade pela condução à frente da ruidosa Comissão.
A fama do fisiologismo acompanha o PMDB como chiclete no sapato. Ao longo de sua história, o partido ficou conhecido pelo apego as benesses e espaços de poder, da Esplanada dos Ministérios às superintendências federais regionais. Indicar apadrinhados virou a cara da legenda de Ulysses Guimarães.
Nesse momento de crise, o PMDB se viu emparedado pela sociedade. Continuar fazendo qualquer negócio pela tal ‘governabilidade’ ou inclinar os ouvidos os gritos de cobranças ecoados das ruas País afora? A sigla resolveu ficar com a segunda opção e nadar contra a correnteza de sua postura historicamente viciada.
A maioria do partido, apesar dos acenos governistas, não externa o menor apetite pela ocupação de cargos desse turbulento início de governo de Dilma. Escutando Hugo Motta, dá pra sentir que os peemedebistas já sabem que capitular a esta altura é assinar um documento de prostituição política.
Contribuiu para essa nova postura o comportamento da presidente e da sua articulação de desdenhar a legenda na escolha de seus ministérios, sem ouvir e nem auscultar as bancadas. Na relação com o PMDB, o PT tratava o partido de Michel Temmer como estorvo e mal necessário, não como aliado indispensável e fundamental.
As voltas com tantos escândalos, sofrendo de uma hemorragia profunda de credibilidade e base política, agora é o PT quem depende e muito do PMDB, este por sua vez, sem o mínimo tesão de carregar o fardo da débil segunda gestão de Dilma. A posição de independência traz dois efeitos imediatos: se livra do ônus petista e atende ao sentimento de uma maioria insatisfeita com o governo e exigente de novas práticas. Para dar o troco, o PMDB juntou a fome com a vontade de comer.
Deu o…
O deputado Trócolli Júnior (PMDB) não resistiu à força da maré do seu partido e deixou o time da oposição para entrar na seleção governista na Assembleia.
…Esperado
Crítico ferrenho do estilo Ricardo Coutinho de governar, ajudou no convencimento de Trócolli a interlocução do deputado Gervásio Filho (PMDB), de quem é amigo íntimo.
PMDB caminhando à unidade
Eleitor de Ricardo no segundo turno de 2014, Gervásio comemorou a incorporação de Trócolli no bloco governista. “O partido porque fica coeso na Assembleia, na base do governo. Estamos felizes porque sabemos da importância da contribuição que Trócolli, pela sua experiência, poderá dar a base com seu fortalecimento”, registrou.
Último da…
Agora só falta a adesão do deputado Raniery Paulino para a bancada do PMDB fechar por inteiro com o governo. Gervásio, Nabor Wanderley e agora Trócolli já estão lá!
…Fila
Apesar da resistência, Raniery é empurrado pela conjuntura: a pressão interna do partido e a realidade local do município de Guarabira, sua principal base política.
Detalhe
O pai e inspirador de Raniery, o ex-governador Roberto Paulino, já votou com Ricardo no segundo turno, e defende abertamente o apoio do PMDB ao projeto governista.
Freio de…
Amainou o ímpeto de Romero Rodrigues de trocar o PSDB pelo PSD. “Antes ele estava mais animado, acho que foi pressão de Cássio”, compartilhou fonte ligada ao prefeito.
…Mão
Um fator estaria brecando o gestor tucano. O senador Cássio Cunha Lima, líder do PSDB no Senado, poderia ser obrigado a lançar candidatura da legenda em Campina.
Puxão de…
A direção do PT censurou os deputados Frei Anastácio e Anísio Maia pelo apoio à abertura de CPI do Empreender, proposta pelo deputado Dinaldo Filho (PSDB).
…Orelha
Argumento? “A CPI foi criada por partidos adversários ao nosso projeto político estadual”, justificou Charlinton Machado, presidente estadual da legenda.
Réplica
Sem papas na língua, Anísio reagiu à repreensão pública de Charlinton. “Sempre fui a favor de CPI. Ser governo não é botar uma placa de capacho na testa”, devolveu.
Reforços
No Congresso Municipal, sábado na Asplan, o presidente do PT da Capital, Lucélio Cartaxo, espera 200 novas filiações. “Mesmo nesse momento difícil”, ressalta.
Sai pra lá!
A propósito das declarações do líder do Blocão, Buba Germano (PSB), a deputada Daniella Ribeiro (PP) descarta entendimentos para adesão à bancada do governo.
PINGO QUENTE
“Reeleição não se ganha de véspera”.
Do presidente estadual do PSOL, Fabiano Galdino, alertando o prefeito Luciano Cartaxo sobre as críticas à sua gestão.
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OPINIÃO - 22/11/2024