João Pessoa, 23 de abril de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Tirando a divergência interna, a querela estéril e improdutiva entre o presidente estadual do PT, Charlinton Machado, e o deputado Anísio Maia, só serviu para expor, ao público e a quem interessar possa, a fragilidade do partido do prefeito Luciano Cartaxo diante do PSB do governador Ricardo Coutinho.
Sem ao menos um pedido ou qualquer cobrança pública do PSB ou do governador Ricardo Coutinho, o representante-mor da legenda de Lula na Paraíba correu as pressas para preventivamente se vacinar de eventual insatisfação ou rebordosa da parte do líder girassol, antes mesmo que este externasse o menor sinal de queixa.
A fórmula encontrada foi desautorizar expressamente o parlamentar da legenda pelo crime de ter assinado pedido de CPI, ainda pendente do crivo da Mesa Diretora da Assembleia, para investigar indícios de irregularidades no Empreender, sob o argumento de que o PT e o PSB comungam do mesmo “projeto político”.
A mesma velocidade e postura não tiveram nem Charlinton e nem nenhum dos integrantes do comando do PT diante da recusa deliberada e humilhante do PSB em indicar ao menos um inspetor de colégio na gestão petista, numa inequívoca expressão de desdém e pouco caso na relação política, com indicativo de descompromisso futuro.
Nenhuma linha soltou o Diretório do PT para solicitar, pelo menos, uma explicação do PSB sobre o que significa o rompimento do vereador Renato Martins (PSB), que voltou a fazer escancarada oposição ao prefeito Luciano Cartaxo e cuja ligação com a Granja Santana dispensa maiores apresentações.
Quando o deputado Ricardo Barbosa, presidente da Comissão de Saúde da Assembleia, figura de proa do socialismo paraibano, desancou a política de atendimento nas unidades de saúde de João Pessoa, com pesadas críticas e ameaças de inspeções in loco a hospitais municipais, a direção do PT também não deu um pio. Depois foi o presidente da Assembleia, Adriano Galdino, quem sugeriu a existência de uma indústria da multa em João Pessoa. O que fez o PT? O de sempre; fingir-se de morto.
De tanto receio e tremores, o PT, sem perceber, comete um equívoco, na ânsia de incensar o Palácio da Redenção. Em posição servil e acocorada aos pés do PSB, os petistas estão dando a Ricardo tudo que não poderiam: o recibo do tamanho da dependência da renovação da aliança em 2016.
Fogo…
Charlinton Machado voltou à carga na censura à postura de Anísio Maia. “O partido tem uma posição, que é governo. O mandato pertence ao coletivo”, frisou.
…Cruzado
Maia mantém a mesma pisada. “Não recebi nenhuma pressão do governo. O Empreender é um bom programa e o governo não tem o que temer nada”, sustentou.
Referendo da direção
Apesar da nota de repreensão aos deputados do PT ter sido assinada isoladamente, Charlinton não fala sozinho. “Charlinton foi eleito nosso presidente para defender as deliberações do partido. Ninguém foi eleito deputado para passar por cima das deliberações.”, pontuou o secretário Anderson Pires, membro do diretório estadual.
Quem brinca…
Constituído recentemente pelo governador Ricardo Coutinho, o advogado Sheyner Asfóra tem daqui pra frente duas missões a cumprir na Justiça e na Polícia.
…Com fogo…
Acionará criminalmente jornalistas que deram vazão as insinuações da ex-primeira-dama Pâmela Bório, ligando a morte do jovem Bruno Ernesto ao Jampa Digital.
…Pode se queimar
Sheyner ainda pediu, oficialmente, ao delegado responsável pelo inquérito a convocação de Pâmela para depor e apresentar informações que, eventualmente, tenha sobre o caso.
Batismo
Recém-incorporado à base, o deputado Trócolli Júnior (PMDB) foi recebido de braços abertos pelos seus novos colegas da base governista, em descontraído almoço ontem.
Boas vindas
O líder do governo, Hervázio Bezerra (PSB), fez questão dividir com Trócolli o cardápio do restaurante Blunelle. “Vai somar muito”, registrou o socialista.
Partidário
“Foi um gesto sensível de unidade”, comentou o deputado Veneziano Vital (PMDB), elogiando Trócolli pela decisão de, finalmente, seguir a maioria do PMDB.
Divã
No governo, há um debate psicológico para entender o que ‘trava’ a adesão do deputado Raniery Paulino, o último do PMDB a resistir no bloco da oposição na Assembleia.
No rabo…
Os deputados Janduhy Carneiro (PTN), 19 mil, Genival Matias (PTdoB), 15 mil, e Inácio Falcão (PTdoB), 14 mil, e João Bosco Júnior (PSL), 13 mil, são os mais…
…Da gata
…Preocupados com o reivindicado fim das coligações proporcionais na reforma política. Com menos de 20 mil votos, os três só entraram na Assembleia graças ao coeficiente.
Assaltos
No mesmo dia, duas autoridades foram vítimas da violência em João Pessoa. O coronel Kelson Chaves, da PM, e o superintendente executivo da Emlur, Assis Freire.
PINGO QUENTE
“A gente tem que se adaptar as situações”.
Do deputado Trócolli Júnior (PMDB), sobre o contexto político-partidário que impôs sua adesão ao governo Ricardo II.
* Reprodução do Jornal Correio da Paraíba
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OPINIÃO - 22/11/2024