João Pessoa, 23 de abril de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O prezado leitor conhece bem a história de Judas Iscariotes. Discípulo de Jesus, Judas esperava a redenção de Israel através da força política guindada por uma revolução popular. Ao ouvir o nazareno falar em libertação nas pregações para multidões, Judas imaginou que Jesus seria o libertador do jugo romano.
O “seguidor” de Cristo não teve sensibilidade suficiente para interpretar a mensagem do filho de Belém. Ao perceber que Jesus se referia a outra redenção, a do espírito, o materialista Judas se desencantou e negociou a prisão do seu “mestre” por um punhado de moedas. Entrou para a posteridade como maior traidor de todos os tempos.
Passados 2011 anos do episódio mais emblemático da história, ainda hoje atribuímos a alcunha de Judas aos covardes, cínicos ou incapazes de honrar compromissos. Na política não é diferente. Temos vários níveis de Judas.
Frequentemente a “nova multidão” deposita a maior fé na promessa de seus escolhidos para gerenciar o destino do dinheiro público. Quase sempre, o “Judas” dá as costas e troca o eleitor por seu interesse próprio com cinismo igual ao beijo traiçoeiro.
Nas comissões e no plenário, os “Judas” também se manifestam com igual hipocrisia e sarcasmo. Mesmo sabendo que determinadas matérias prejudicam os “fiéis’, eles preferem receber a propina dos fariseus e crucificar a moralidade.
A diferença entre os novos “Judas” e o original Iscariotes é o preço da traição. Não se vendem apenas por 30 moedas. Raramente se arrependem. Ao invés do suicídio, passam a corda no pescoço dos “doutores da lei’ e celebram a asfixia do erário.
Aguardente –
No PSD, ninguém se embriagou pelo número 51, uma das opções disponíveis para identificar a legenda, embora muitos filiados ainda curtam ressaca dos antigos partidos.
Nada contra Cássio – O presidente do PPS, José Bernardino, se apressou para explicar que a ação do diretório nacional questiona a aplicação da Ficha Limpa para 2012 e não a decisão do STF.
O São João de Campina e a arrecadação – A falta de recursos do Governo para o São João de Campina Grande continua rendendo. O secretário de Comunicação do município, Carlos Magno, lembra que o evento tem ressonância na economia da cidade e do Estado. “Para as entidades do comércio, o evento é considerado como um segundo Natal, em termos de vendas”.
Via crucis do sertanejo –
Do padre Djacy Brasileiro, de Santa Cruz. “Como padre neste sertão sofrido, massacrado, sou testemunha ocular da paixão e morte de Jesus na vida de tantos irmãos sertanejos. A via crucis do Senhor não terminou, está mais viva do que nunca”.
Grito de socorro –
O religioso diz que o grito de Jesus Cristo, quando se sentiu abandonado na cruz, ecoa hoje no clamor do povo pedindo pão, água, assistência médica, hospital emprego, segurança, casar pra morar, dignidade e Justiça. “Jesus continua morrendo”.
As contas de Lula –
O deputado federal Benjamim Maranhão (PMDB) apresenta na próxima quinta-feira o relatório das contas de 2007 do Governo Lula. Vai figurar no foco da mídia nacional.
Diferenças de lado –
O senador Vital Filho (PMDB), os deputados Ruy Carneiro (PSDB) e Wellington Roberto (PR), e o secretário Ricardo Barbosa debatem na terça o Pacto pela Paraíba.
Contaminado –
Preocupação do professor Francisco Inácio de Lima. O Rio Piranhas está sendo poluído pelos esgotos. O açude de Boqueirão é quem mais sofre as conseqüências do descaso.
Se não fosse o Trauma… –
São estarrecedores os números de quinta para sexta-feira no Hospital de Trauma Humberto Lucena: 104 atendimentos. A maioria acidentes de motocicletas.
Pelos tamancos –
A vereadora pessoense Sandra Marrocos (PSB) ficou uma arara com o ex-ministro Delfim Neto, que comparou as domésticas brasileiras a um animal em extinção.
Repúdio –
A pedido da Articulação de Ong de Mulheres Negras Brasileiras, a socialista conseguiu emplacar um “Voto de Repúdio” contra a infeliz declaração do economista.
Coqueluche –
Eles não são unanimidade, mas ninguém pode esconder e nem abafar o estrondoso sucesso da dupla Emerson Machado e Samuka Duarte no rádio e na TV Correio.
Trânsito e educação –
Opinião do doutor em Educação no Trânsito, Samuel Aragão, para aliviar os transtornos em João Pessoa. “Não adianta só obra. É preciso investir na educação do motorista”.
Trânsito e intervenção –
O vereador Tavinho Santos (PTB) concorda com o especialista, mas não acredita em solução sem intervenções urgentes e construção de novos corredores na cidade.
Trânsito e conscientização –
Geraldo Amorim (PDT), defensor da abertura de discussão sobre rodízio, prega novos costumes, diminuição do uso de veículos e investimento em transporte público.
PINGO QUENTE – “Você é um ladrão safado”. Afago do vereador Zezinho do Botafogo (PSB) ao árbitro José Renato, no Estádio Almeidão.
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OPINIÃO - 22/11/2024