João Pessoa, 26 de abril de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Gestão pública se faz, claro, com políticas públicas, dados, estatísticas e comprometimento de equipe e participação social. Tudo isso não é menos importante do que a sinceridade e transparência com que os gestores tratam os problemas a serem sanados e as deficiências do próprio governo. É pedagógico.
Foi o que fez essa semana o governador Paulo Câmara do vizinho estado de Pernambuco. No Seminário Todos Por Pernambuco, um mecanismo da gestão socialista de lá parecido com o Orçamento Democrático do governador Ricardo Coutinho por aqui, Paulo deu um gesto de grandeza aos seus conterrâneos.
Ao invés de fugir, de tergiversar, de enrolar ou tentar tapar o sol com a peneira, o governador lamentou, em discurso público, diante dos holofotes da mídia e debaixo do nariz de seus liderados, o recrudescimento da violência no Estado. Foi um ato, no mínimo, corajoso, de quem consegue separar a política das responsabilidades.
“A violência diminuiu? Não! Temos tomado providências para fazer o enfrentamento? Sim! Mas devemos reconhecer que ainda não surtiram efeito. Isso é frustrante”, desabafou o gerente do Executivo paraibano, numa confissão de fragilidade da gestão e ao mesmo tempo de grandeza pessoal.
No mesmo encontro, Câmara discursou sobre o aumento da violência, mas garantiu ao seu povo que não faltará da parte do seu governo “esforço e disposição’ para enfrentar o que sabiamente denominou de “uma grande chaga da sociedade”. Ou seja, uma questão que não depende só do setor público, mas de um engajamento coletivo.
Para muitos, a postura de Paulo pode representar fraqueza e combustível para inflamar discursos e ratificar eventuais críticas e cobranças dos seus adversários. É a primeira impressão de quem pensa pela politicagem. Pelo contrário. Com atitudes assim, o gestor desarma os espíritos da oposição, porque é o primeiro a reconhecer o problema, e ainda por cima ganha o cidadão. Que prefere a coragem de enfrentar a verdade no lugar da covardia da maquiagem.
Dando…
Há uma semana, a Coluna perguntou por onde andava e o que fazia o ex-deputado Major Fábio (PROS), polêmico ex-candidato a governador na eleição de 2014…
…Um tempo
Natural de Abreu e Lima (PE), Fábio Rodrigues, nome de batismo, se dedica aos cuidados da família e se mantém distanciado das questões políticas. Por enquanto.
Terceirização nos palcos
A moda nos eventos públicos da Paraíba é a terceirização. Depois de Patos, com o São João e Cajazeiras com o Carnaval, Sousa estuda avançadamente entregar a exploração da sua festa junina ao empresariado. O prefeito André Gadelha (PMDB) espera garantir muita estrutura em troca de pouca dor de cabeça para a edilidade.
Peça…
No vizinho Rio Grande do Norte, estado que enfrenta grave crise de segurança e no sistema penitenciário, um paraibano desponta como figura estratégica da gestão.
…Chave
Gustavo Nogueira, secretário de Planejamento, já é visto internamente na gestão, no meio político e na imprensa como homem vital ao plano de governo do estado.
Testemunha
O depoimento sobre o desempenho e expectativa em torno de Gustavo vem do estatístico Paulo de Tarso, da Consult, profundo conhecedor da política de lá.
Lepra
Pilota de desastrosa administração no Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM) está quase inviabilizada na política. Por lá, ninguém quer encostar perto dela.
Torcida
Quem acompanha com atenção os passos da gestão potiguar é o deputado Rômulo Gouveia (PSD), amigo próximo do governador Robson Faria, do mesmo partido.
Na rede
O governo paraibano está focando nas redes sociais na sua política de comunicação. Empresa (Soda) especializada no serviço foi contratada para dar suporte a Secom.
Fazendeiro
Dono de fazenda em Bananeiras, o líder do governo Hervázio Bezerra (PSB) investe na criação de gado bovino. Encomendou um lote de bois a outro estado, recentemente.
Sedução
Por que será que a franquia Habibs atrai tanto políticos dispostos a investimentos privados na Paraíba? Qual será o segredo de suas conhecidas e saborosas esfihas?
Na praça
Saudade de você. Eis o nome da nova música de trabalho do cantor paraibano Lis Albuquerque. O envolvente xote é uma parceria com o publicitário Alberto Arcella.
Derrapada
Erro do senador José Maranhão na CCJ, que trocou a cidadania mineira de Antônio Anastasia (PSDB) pela cearense, virou piada nos trabalhos da Comissão. E na Folha.
PINGO QUENTE
“O PT não pode fazer o que critica nos outros”.
Do ex-presidente Lula, maior liderança petista, durante Congresso das Direções Zonais do PT, em São Paulo.
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024