João Pessoa, 27 de abril de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Para um partido que pretendia voltar ao governo, sob os ventos da mudança, o PSDB caminha para o samba de uma nota só, logo quando o Brasil mais precisa da contribuição de seus homens públicos e instituições. De manhã, tarde e noite, os tucanos só pensam naquilo: o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Pouco ou quase nenhuma energia o maior partido da oposição brasileira tem gasto para apontar caminhos e saídas à crise instalada no País. Se o propósito verdadeiro da legenda é ajudar o Brasil sair desse atoleiro, deveria ao menos lançar uma carta ao povo expressando suas idéias e soluções. Dizer o que faria se estivesse governando.
Não. Ansiosos por levar Dilma e o PT ao cadafalso, os tucanos se agarram, com todas as forças, à tese do afastamento da petista. Verdade que, num país sério, por muito menos uma dirigente nacional nem esperaria por processo tão traumático e já teria entregue o boné em nome de algo maior: a estabilidade e normalidade da Nação.
Mas, ficar somente nessa tecla, batendo cabeça em consultas a juristas renomados só pra encontrar a forma de impichar a presidente, não é uma postura que se espera de estadistas comprometidos em contribuir para o Brasil entrar no prumo e se erguer desse grave momento da vida pública.
Instantes de fragilidade e preocupação geral requerem serenidade, bom senso e altivez. Nunca açodamento e revanche política. Não que o debate do impeachment seja ilegítimo, repito. O ruim é constatar que a sigla que disputou a confiança dos brasileiros em 2014 tem nele a única bandeira e tábua de salvação.
Do jeito que vem se postando, o PSDB, ofuscado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, perde a oportunidade de emprestar uma grande colaboração ao País, apresentando pontos programáticos e assumindo o papel de conciliação nacional, perdido, por falta de credibilidade, pelo governo. Ainda por cima, com essa escancarada obsessão dá o mote para o PT insistir na velha cantilena do golpismo.
Justiça seja…
É bem verdade que se o PT estivesse hoje no papel do PSDB, estaria cumprindo script ainda mais radical, como fez com Collor e Fernando Henrique Cardoso, no passado.
…Feita
A sorte do PT é não ter a si próprio na oposição. Por mais que se critique, o PSDB tem agido com certo comedimento, coisa que o PT, no lugar dos tucanos, jamais faria.
OAB versus Judiciário
O advogado Gilvan Freire meteu a colher no entrevero entre OAB e TJ, repercutido na Coluna. “O juiz (Márcio Murilo) provocou uma OAB dormente com relação aos monumentais problemas que se arrastam no Judiciário, sem que nenhuma organização de classe ou autoridade tenha a coragem de enfrentar e exigir providências”, observou.
Mudança…
Inicialmente, a reunião da bancada federal, hoje, com o governador Ricardo Coutinho seria no Palácio da Redenção, sede do Executivo, por proposta do governo.
…De endereço
Por sugestão do coordenador da bancada, Wilson Filho (PTB), o encontro foi transferido para o auditório da Cinep, espaço mais neutro e menos palaciano.
Batendo…
Faz tempo que a relação do presidente da Assembleia, Adriano Galdino, com o presidente do PSB de Campina, Fábio Maia, é ruim. Ultimamente, evoluiu para pior.
…De frente
“Ele usa e abusa do cargo de chefe de gabinete para pressionar e substituir prestadores e não escuta ninguém, nem da base”, revelou Galdino, em contato com a Coluna, ontem.
Vivo
Presidente do PT de João Pessoa, Lucélio Cartaxo acha que o Congresso da legenda atingiu seu objetivo: “Tivemos participação intensa da militância”, registrou.
Esquenta
A semana começa com a expectativa para o lançamento e as novidades da nova edição do Maior São João do Mundo, amanhã, 9h, na Pirâmide do Parque do Povo.
PINGO QUENTE
“A oposição ainda não aceitou que perdeu a eleição”.
Adalberto Cardoso, diretor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ.
Reprodução Jornal Correio da Paraíba
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