João Pessoa, 02 de maio de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Afora o senador Cássio Cunha Lima, quem a oposição da Paraíba teria para disputar o governo em 2018? Tudo bem que é muito cedo, precoce demais para qualquer avaliação, mas em política a capacidade de antecipar cenários e moldá-los de acordo com seus projetos é expertise dos vitoriosos.
Tirando Cássio, cujo cenário futuro no caminho está mais para disputar uma reeleição, com espaços e chances maiores do que arriscar a pele numa nova peleja pelo Palácio da Redenção, os partidos que não orbitam em torno da Granja Santana sofrem de uma anemia aguda de quadros e nomes com sustança.
Eis uma constatação que precisa ser observada pelos enxadristas da oposição desde já. Esperar pelo tempo ruim não é bom negócio, principalmente tendo pela frente uma pedreira chamada Ricardo Coutinho solto na buraqueira, pilotando um segundo mandato praticamente sem obstáculos.
Verdade que o governo, por enquanto, não tem grandes opções. Deve apostar na construção de um nome do seu secretariado ou, a depender dos entendimentos, preferir a saída mais prática e natural e ir de Lígia Feliciano, a vice-governadora que tem tudo para assumir e virar dona da caneta em plena eleição de 2018.
Porém, vamos combinar. Para o governo, é muito mais fácil projetar e viabilizar uma candidatura do que a oposição, desassistida de espaços, de barganha para aliados e partidos e ainda passível de toda a sorte de limitações e dificuldades no embate direto com a força da máquina.
A oposição, portanto, não pode esperar tempo ruim. O próprio Cássio Cunha Lima, líder absoluto dela, já deve antecipadamente começar a visualizar um plano B, caso o cenário lhe empurre para tentar mais um mandado no Senado. O primeiro ponto de partida é arregaçar as mangas pela reeleição de Romero Rodrigues. Ganhar em Campina Grande é mais do que fazer dever de casa para o clã Cunha Lima. É vital.
Quem te viu…
O deputado Anísio Maia (PT) e o secretário executivo da Pesca do Estado, radialista Sales Dantas (PSB), almoçaram juntos e demoradamente esta semana em João Pessoa.
…Quem te vê
Pelo clima, nem parecia que um dia trocaram arpões pelo controle do cardume de votos dos pescadores, na época em que Sales era aliado do deputado Jutahy Meneses (PRB).
Olhar especial
O governador Ricardo Coutinho segue focando em João Pessoa. Com o viaduto do Geisel e Trevo de Mangabeira em obras, ontem ele lançou projeto de condomínio residencial para atender a 700 famílias pessoenses. E tem mais: a CEHAP aguarda sinalização do governo federal para iniciar outros conjuntos. O próximo será no populoso Valentina Figueiredo.
Paz
De um secretário e soldado do jardim girassol: “A orientação do governador Ricardo Coutinho tem sido de evitar confronto e desgastes com o prefeito Luciano Cartaxo”.
Contramão?
O comando parece não sensibilizar o vereador Renato Martins (PSB). Nas redes sociais, ele produziu material comparando os campos entregues por Ricardo com os de Cartaxo.
Simultâneo
Quem mais torce pela manutenção da aliança PT e PSB em João Pessoa é o deputado Manoel Júnior (PMDB). Vê nela a chance de derrotar Cartaxo e Ricardo de uma vez.
Corte
Maior do que a surpresa foi a revolta dos professores estaduais, em greve desde 1º de abril, punidos com contracheques praticamente zerados. A paralisação findou ontem.
Condições
Apesar da grita, a Secretaria da Educação avisou: só vai rever salários de quem provar a realização da aula. Os demais só receberão se fizerem calendário de reposição.
Férias
Pelas próximas semanas, o colunista se afasta da produção diária desse espaço. Como de praxe, o veterano Adelson Barbosa dos Santos toca o barco com seu talento até lá…
PINGO QUENTE
“Não dá pra olhar só pro umbigo”.
Do presidente estadual do PPS, Nonato Bandeira, para quem a legenda na Paraíba não fará cavalo de batalha contra a fusão com o PSB.
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OPINIÃO - 22/11/2024