João Pessoa, 14 de março de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Para conter um exército inquieto nada melhor do que o comando de voz do general. O ex-governador Cássio Cunha Lima sabe disso. E sabe o peso de um aceno seu no instante em que muitos dos seus simpatizantes, seguidores e militantes intensificaram suspeitas de um rompimento com o governador Ricardo Coutinho.
Cássio percebeu logo que não poderia assistir a banda passar esperando que os boatos se dissipassem no ar como fumaça. Onde tem fogo é melhor debelar a chama para não deixar prosperar o incêndio. Nesse final de semana, o tucano resolveu botar a cabeça pra fora e emitir o gesto que os comandados aguardavam.
Quando o ex-governador celebrou a aliança com Ricardo estava implícito que aos dois interessavam a preservação dessa junção de forças. Cássio pregou insistentemente a distensão política e Ricardo a renovação dos conceitos. A fragilização dessa liga só interessa aos adversários que esperam um fato novo para reação.
Cássio tem consciência da torcida de muitos pelo rompimento e é também por isso que sabe da necessidade da conservação da aliança. Não esperou por tempo ruim e nem mandou recados. Tratou pessoalmente o assunto com o governador, a quem reiterou a tese da manutenção do pacto político.
Era talvez o que faltava para os dois se afinarem no discurso e na prática. O gesto de Cássio jogou por terra os agouros do afastamento e pavimentou o entendimento mútuo que a eleição passada, a conjuntura e o momento da Paraíba conspiram a favor dos dois na construção de projetos de futuro a quatro mãos.
Sinais – Ninguém estranhe se o ex-governador Cássio Cunha Lima começar a manifestar opiniões em favor do Governo sobre questões polêmicas e delicadas da gestão estadual.
Engajado –
Indiferente aos boatos, o vice-governador Rômulo Gouveia não mede a dose para fazer a defesa do Governo. Mais do que isso: faz questão de cumprir tarefas e missões.
A AACD, a civilidade e o exemplo de Campina – Foi a Rainha da Borborema que deu exemplo de civilidade semana passada. O prefeito Veneziano Vital do Rêgo (PMDB) e o ex-governador Cássio Cunha Lima trocaram respeitoso e cordial telefonema. Cássio voltou a fazer gestões em favor da instalação da AACD na cidade e obteve sinal de Vené. Gesto digno de uma Campina Grande.
Combate a pedofilia na Capital – Casas de shows, hotéis, motéis, pensões, bares, restaurantes de João Pessoa que forem flagrados permitindo a prática ou favorecimento da exploração sexual infanto-juvenil e a pedofilia terão alvarás cassados. A proposta é do vereador Tavinho Santos (PTB).
Opinião do leitor sobre exoneração – Leitura de Jaime Martins ([email protected]). Escassez de recursos, entraves burocráticos e problemas de saúde foram acumulando adrenalina e levaram Mário Toscano, em comum acordo com o governador, a decidir deixar a Secretaria de Saúde.
Apelo para reação – As eleições de 2010 deixaram lições. O deputado Benjamim Maranhão (PMDB) resolveu abrir os olhos da Oposição pessoense. “Não se pode ver Agra já reeleito”.
Coronelismo – Prefeito da região de Sousa não perde a pose de coronel, nem quando passa a viver no fundo do poço da rejeição. Agora faz chantagem e humilha simples agentes de saúde.
Guilhotina –Na região de Cajazeiras, cabeças pensantes deixam de ser laboratório de idéias e são colocadas em ornadas bandejas para degustação prazerosa de famintas aves de rapina.
Surrupiando – Importante e vitaminada Câmara Municipal será alvo de pesadas denúncias da Oposição. Movido a combustível, o escândalo envolve presidente e Mesa Diretora.
Fim dos nanicos – Projeção do ex-deputado Marcondes Gadelha (PSC). Se aprovado o fim das coligações, as pequenas legendas morrerão e restarão no máximo cinco partidos políticos no Brasil.
Vai – Agora a reforma política sai, prevêem especialistas. Antes, as propostas eram apresentadas pouco antes dos pleitos. Dessa vez, o debate chega no início da legislatura.
A laser – Recuperado, o líder do Governo, Lindolfo Pires, volta à Assembléia esta semana para realizar delicada cirurgia modificativa na formação dos blocos partidários na Casa.
PINGO QUENTE – “O fim da reeleição acabaria com a utilização da máquina pública nas campanhas”. Do bem intencionado deputado Efraim Filho (DEM), esquecendo que o mal intencionado sempre arranja um jeitinho para ‘ajudar’ os aliados na sucessão.
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OPINIÃO - 22/11/2024