João Pessoa, 10 de março de 2011 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O governador Ricardo Coutinho fez até algumas entrevistas para “seleção” dos seus auxiliares. O interrogatório não serviu, entretanto, para diagnosticar a predisposição de muitos escolhidos a contrair doença com potencial de lhes tirar a saúde e a permanência por longo tempo no primeiro time do Governo.
O vírus pegou ontem o secretário de Saúde, Mário Toscano, o segundo a abandonar o staff da gestão socialista. Oficialmente, utilizou a mesma receita de Fernando Abath, o primeiro a precisar do tratamento da exoneração.
Mário Toscano agiu com elegância, preferiu adoecer a ter que revelar o verdadeiro motivo de sua decisão. A patologia que vitimou o médico foi a ausência de autonomia e o excesso de interferência de terceiros. Publicamente, ele não assumirá, mas esse é o motivo admitido pelos mais íntimos do ex-secretário.
Em fevereiro, Mário procurou o governador a quem comunicou insatisfação com a constrangedora situação. Recebeu a promessa de solução. A renúncia do secretário indica que o incômodo permaneceu e Toscano decidiu ele mesmo resolver a parada. Pediu pra sair, antes que sua imagem ficasse comprometida.
Intrigante estatística: em apenas três meses, dois ocupantes das pastas mais importantes jogaram a toalha. Apesar do ajuste na máquina ser atividade normal no âmbito do Executivo, as baixas precoces de notáveis secretários, motivadas por alegações desconfiáveis, pega muito mal. Daqui a pouco pode virar epidemia.
Idas e vindas – Conforme a coluna antecipou, a vereadora pessoense Eliza Virgínia deve mesmo ceder ao convite de Marcondes Gadelha, que ofertou a presidência municipal do PSC.
Não vai arriscar – O retiro de carnaval serviu para Eliza refletir e concluir que o PSDB rachado entre ciceristas e cassistas não é a melhor opção. “Já passei muitos traumas no PPS”.
Carnaval, o gasto público e o repique do leitor – Do leitor Everardo Magalhães (everardomagalhaesgmail.com) sobre os gastos públicos com o carnaval, tema da coluna de terça. “A própria sociedade, que poderia se rebelar contra essas maledicências com o dinheiro público, se comporta de maneira associada, como sendo cúmplice desse tipo de assalto que não precisa usar dinamite”.
Dinheiro para o Folia de Rua – A leitora Josenete Dantas ([email protected]) entra na discussão. “Acho desperdício R$ 200mil distribuídos de mão beijada com blocos de carnaval. Será que a Prefeitura está nadando em dinheiro e que João Pessoa é um paraíso”, indaga.
Desabafo e revolta de um turista – A mulher do turista Ernanny Mello ([email protected]) foi assaltada anteontem, na praia, teve pertences levados e o pescoço ferido pelo marginal. O crime foi registrado na 10ª Delegacia, onde, segundo ele, os policiais reclamaram dos baixos salários.
Paradoxos – “Enquanto isso, ex-governadores recebem aposentadoria vitalícias. É ultrajante. Espero que o atual governador deixe de pagar até a decisão do STF tais benefícios’, pontua.
É peso – O deputado Domiciano Cabral (DEM) achou normal a saída de Mário Toscano. “Não é todo mundo que agüenta uma secretaria de Saúde. O sujeito sacrifica a própria vida”.
Check-up – Pensando bem, os próximos auxiliares do Governo deveriam passar por uma bateria de exames para evitar a síndrome aguda da pressão pós nomeação no Diário Oficial.
Ainda o Aeroclube I – Sugestão de Mércia Lins ([email protected]). “Prefeito una-se aos sócios do Aeroclube e em parceria construa em todo o entorno da área pistas de caminhada…”
Ainda o Aeroclube II – “… Construa o Teatro Municipal, pois há espaço para isso, e até mesmo refloreste parte da área, onde isso seja possível”. Não há mais pista para pousar acordo, cara Mércia.
Domando – O governador terá audiência hoje, no Palácio da Redenção, com os vereadores aliados de Campina Grande. Antes do carnaval, o grupo reclamou de falta de gestos e atenção.
Em casa – Animado pela votação obtida em Itaporanga para deputado estadual, o ex-superintendente do Dnit, Expedito Leite, já admite candidatura a prefeito da cidade.
Mais uma da série – Os girassóis não esquecem as rosas vermelhas. Luciano Agra acusou ontem o então governador Maranhão de pedir a exclusão de João Pessoas dos programas federais.
Fibrilação – Após o carnaval, deputado governista prepara pesado discurso na Assembléia Legislativa contra desmandos de poderoso e blindado grupo empresarial da Capital.
Continua na briga – O presidente do PMDB, Antônio Souza, ignorou o veto do Planalto, noticiado pela imprensa nacional, ao nome de Maranhão na Caixa. “Isso não passa de especulação”.
PINGO QUENTE – “Parece que ser secretário do mago faz mal à saúde”. Ironia do deputado federal Benjamim Maranhão (PMDB) sobre o segundo ‘paciente’ a deixar o Governo Ricardo Coutinho.
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OPINIÃO - 22/11/2024