João Pessoa, 22 de maio de 2015 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Padma Iyer não queria que seu filho ficasse sozinho quando ela falecesse. Por isso, decidiu colocar um anúncio para ele em classificados de namoros. Até aí trata-se de uma história normal na Índia, onde casamentos arranjados são comuns. O que chama atenção é que ela não buscava uma mulher para seu filho, mas um marido.
Pelo anúncio, o candidato deveria “ter uma boa condição social, ser vegetariano e gostar de animais” para estar com seu filho Harish, um ativista por direitos homossexuais. “Minha mãe tem quase 60 anos, e eu tenho quase 40. É natural ela pensar que ficarei sozinho quando ela morrer. Como é comum colocar anúncios no jornal para encontrar namorados, ela fez isso”, explica Harsih.
Padma o consultou antes de buscar um marido para ele, apesar do casamento gay não ser reconhecido legalmente no país. “Ela me perguntou se estava saindo com alguém e se gostaria de encontrar alguém para casar”, diz Harish, que estava solteiro na época.
Anúncio recusado
O anúncio, no entanto, não foi bem recebido por alguns jornais locais. Harish conta que três se recusaram a publicá-lo. “Foi chocante. São jornais que têm um histórico de coberturas bastante positivas sobre a comunidade LGBT. No entanto, mesmo que a equipe editorial fosse fantástica, a equipe comercial parecia não concordar com estas posições”, lamenta ele.
Harish explicou aos responsáveis pelos anúncios que não era ilegal publicar algo assim e até mesmo se ofereceu para assinar um documento dizendo que ele e sua mãe assumiriam toda a responsabilidade legal por seu conteúdo.
Até o momento, o anúncio não teve qualquer repercussão jurídica. Na verdade, em resposta a ele, a mãe de Harish recebeu uma dezena de mensagens de homens interessados em seu filho. “Ela está analisando as propostas recebidas como se fosse o departamento de Recursos Humanos de uma empresa e me repassará os melhores”, diz ele.
Terra
OPINIÃO - 22/11/2024