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Moradores do ‘Minha Casa Minha Vida’ são expulsos por traficantes

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publicado em 18/08/2015 ás 09h14

Centenas de famílias carentes beneficiadas pelo programa Minha Casa Minha Vida estão sendo vítimas da violência do crime organizado em Santa Catarina. Elas ficaram anos na fila por um imóvel, mas hoje não têm onde morar, pois foram expulsas por traficantes, como mostrou reportagem do RBS Notícias desta segunda-feira (17).

“Eles foram até o meu apartamento me ameaçar, dizendo que iam tacar fogo, tanto em mim quanto na minha família”, conta um morador. “Eu morava com parente, de favor. Então, quando eu soube que ia conseguir a minha casa própria, foi a maior felicidade, né. Hoje, isso se tornou um pesadelo”, diz outro.

A reportagem da RBS TV encontrou esses casos percorrendo o estado e entrando em condomínios construídos pelo governo federal, através da faixa 1 do programa Minha Casa, Minha Vida. Nessa faixa, famílias de baixa renda recebem o imóvel precisando pagar só 10% do valor. O resto é desembolsado pelo governo.

Em um condomínio em Criciúma, no Sul catarinense, a polícia teve que fazer uma operação para recuperar os apartamentos da mão de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios.

“Chegou a um ponto de ser apelidado de Carandiru por conta do número de criminosos que saem do sistema penal catarinense e se alojam lá. Eles estavam controlando o condomínio, expulsando moradores, tomando conta desses apartamentos, alugando, vendendo. Nós temos gravações de criminosos negociando os apartamentos”, afirma o delegado Antônio Campos Neves.

Em uma escuta telefônica, um traficantes negocia o preço de um apartamento. Ele diz vender o imóvel por R$ 2,5 mil. “Daí tu vai [sic] ter que ir pagando só por mês a taxa, R$ 100 do condomínio e R$ 90 do apartamento. R$ 190, R$ 200 ‘pila’ por mês tu vai ter que pagar só”.

Para quem resiste, o preço de ter um teto é viver com medo. Um dos moradores, que não quis ser identificado, diz que o que mais o chocou na violência dos traficantes foi “o espancamento de uma moradora. Ficou sete dias em coma”.

Segundo ele, os criminosos agrediram a mulher “porque acharam que ela estava denunciando eles. Cada vez que a polícia batia lá, eles achavam que era alguém que estava denunciando. Escolhia uma das famílias pra descontar”.

G1

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