João Pessoa, 20 de fevereiro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O escritor e semiólogo italiano Umberto Eco, morto aos 84 anos nesta sexta-feira (19), deverá ter uma nova obra publicada ainda em 2016. O anúncio foi feito na manhã deste sábado (20) pelo editor Mario Andreose, que também anunciou data e hora do funeral de Eco, segundo a agência Rai News.
A cerimônia ocorrerá no Castelo Sforzesco, em Milão, na terça-feira (23). A escolha não foi à toa. O local, que abriga um museu que expõe obras de Da Vinci e Michelangelo, podia ser observado por Eco da janela de sua casa. Ele dividia seu tempo entre o apartamento de Milão, onde tinha uma biblioteca de 30 mil volumes, e uma casa de veraneio perto de Rimini, em que ficavam 20 mil exemplares. Segundo Andreose, o velório será laico a pedido do escritor, que era ateu.
O editor marcou para março o lançamento do novo livro de Eco, “Pape Satan Aleppe”. Nome com uma frase retirado da “Divina Comédia”, de Dante Alighieri (1265-1321), a publicação reunirá artigos publicados pelos italiano desde 2000. O livro sairá pela editora nova editora do Eco, La Nave di Teseo.
De acordo com familiares do intelectual, ele morreu em sua casa na Itália, por volta das 22h30 do horário local (19h30 pelo horário de Brasília). A causa da morte não foi informada, mas, segundo a agência de notícias France Presse, o escritor, nascido na cidade de Alexandria, no dia 5 de janeiro de 1932, lutava contra um câncer.
Literatura
O autor de “O Nome da Rosa” havia lançado em 2015 o último de seus livros, “Número Zero”, romance sobre o jornalistas inescrupulosos.
Eco já tinha quase 50 anos quando começou a escrever romances, após uma bem sucedida carreira acadêmica. Já era autor de vários livros de não ficção e de ensaios quando decidiu buscar novos desafios. Ele foi professor na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, em 1992 e 1993. Lecionou ainda nas universidades de Oxford, Columbia e Indiana, na Universidade de San Marino e na Universidade de Bologna, onde era presidente da Faculdade de Ciências Humanas.
Segundo o jornal britânico “The Guardian”, o autor uma vez disse que escrever era apenas uma ocupação parcial. “Sou um filósofo, escrevo romances nos fins de semana”, afirmou. Ao mesmo jornal inglês, ele disse no ano passado que pretendia surpreender o leitor. “Acho que um escritor deveria escrever o que o leitor não espera. A questão é não perguntar o que eles precisam, mas muda-los… produzir o tipo de leitor que você quer para cada história.”
G1
OPINIÃO - 26/11/2024