João Pessoa, 03 de abril de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Uma portaria assinada pelo juiz da vara da infância e juventude de Bayeux, Antônio Rudimacy, interrompeu o espetáculo “Cabaré do Pastoril Profano”, apresentado pela Companhia Paraibana de Comédia, na noite do sábado (02) no ginásio do colégio Jaime Caetano.
Após o início da apresentação teatral, fiscais do poder judiciário chegaram ao local munidos da portaria, informando a produção do evento que o espetáculo teria que parar pois haviam crianças abaixo de 16 anos que não poderiam permanecer no recinto, mesmo acompanhadas dos pais.
Ao ser avisado do que acontecia nos bastidores, o ator e diretor do espetáculo Edilson Alves, imediatamente se dirigiu ao público e não conseguiu segurar a emoção. “Gente de Bayeux, preciso parar o espetáculo agora. O juiz da cidade disse que não podemos continuar enquanto não forem retiradas todas as crianças menores de 16 anos, mesmo aquelas acompanhadas dos pais ou responsáveis. Faz 23 anos que o Pastoril realiza espetáculos pelo Brasil inteiro e isso nunca aconteceu, mas aqui em Bayeux estamos passando por esse constrangimento. Infelizmente estou me sentindo o pior bandido de João Pessoa, nem na ditadura faziam isso”, disse Edilson, indo as lágrimas e recebendo o apoio do público.
Em seguida, Fábio Freitas, um dos fiscais da justiça pediu a palavra e se dirigiu a plateia, dando outra versão. “Pessoal, deve estar havendo algum mal-entendido, pois não pedimos para parar o espetáculo em nenhum momento. Trouxemos a portaria assinada pelo juiz dia 03 de março e que já era de conhecimento da produção. Eu sou fã do Pastoril, já assisti três vezes, mas estou aqui para cumprir a lei. Infelizmente menores de 16 anos não vão poder ficar e os maiores de 16 e menores de 18 anos só poderão ficar acompanhados pelos pais”, finalizou, recebendo vaias da plateia.
TURISMO - 19/12/2024