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caso Eliza Samúdio

Advogado de Macarrão é encontrado morto em emboscada em Minas Gerais

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publicado em 01/07/2016 ás 14h11
atualizado em 01/07/2016 ás 14h13

O advogado que foi encontrado morto nesta quinta-feira (30), no Bairro Recanto, em Pará de Minas, era quem fazia a defesa de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, um dos principais envolvidos no desaparecimento e na morte de Eliza Samúdio. Arthur Wallace Barbosa Vieira, 46 anos, foi atingido por vários tiros de arma de fogo.

A Polícia Civil informou que investiga o caso e até o momento não há suspeitos do crime. Desde o dia três de junho Macarrão cumpre pena no regime semiaberto no Presídio Pio Canedo, no município do Centro-Oeste de MG.

De acordo com  Polícia Militar (PM), que atendeu a ocorrência por volta das 15h40, o advogado Arthur Wallace foi encontrado caído no chão ao lado da moto que usava, na Rua José Correa Amorim. Testemunhas disseram que dois homens foram vistos correndo próximo ao local dos disparos, em seguida entraram em um veículo prata e fugiram.

A PM fez rastreamento e não localizou nenhum suspeito. A perícia constatou um tiro na cabeça, outro entre o ombro e o peitoral, dois nos braços e dois nas axilas. Ainda de acordo com investigações da Polícia Civil, o advogado foi até o Bairro Recanto após receber um áudio em um aplicativo de telefone solicitando que ele fosse até o local. Ele possivelmente trataria sobre algum serviço prestado ou receberia algum pagamento, como informou o delegado responsável pelo caso, Francis Diniz Guerra.

Advogado do Macarrão
Arthur Wallace Barbosa Vieira passou a atuar na defesa de Macarrão depois que ele foi transferido para o Presídio Pio Canedo, pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), no dia 3 de junho. Ele estava na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, mas o complexo não aceita o regime semiaberto, por isso a defesa do preso pediu a transferência para Pará de Minas.

Wasley César de Vasconcelos, advogado nomeado para defesa de Macarrão, foi quem pediu apoio de Arthur no caso. “Eu sou de Belo Horizonte e a execução do processo foi transferida para Pará de Minas. Quando isso ocorreu eu mesmo pedi a ele que ficasse do meu lado na execução penal. Ou seja, estávamos trabalhando juntos. Ressalto que foi uma execução covarde e fria. Arthur era um advogado sem nenhuma mancha na vida pessoal ou profissional”, destacou.

Transferência de Macarrão
Macarrão ganhou o benefício da Justiça no dia 1º de junho. Na ocasião o advogado dele, Wasley César de Vasconcelos pediu a transferência à Justiça para que o cliente pudesse ficar mais perto de parentes que moram em Pará de Minas. Ele tentou fazer com que Macarrão saísse da prisão todas as tardes para trabalhar.

Para deixar a prisão durante o dia e retornar à noite, o preso precisa de um trabalho. Segundo o TJMG, o juiz da Vara de Execuções Criminais, Pedro Câmara Raposo Lopes, ainda vai analisar se o detento tem algum pedido de trabalho e se o emprego é compatível com as regras do presídio.

De acordo com Wasley César de Vasconcelos, Macarrão já tem emprego garantido. “Vai trabalhar como vendedor externo em uma empresa, fazendo promoção de produtos em um supermercado em Pará de Minas. Estou aguardando uma declaração da empresa, que tem a vaga dele assegurada. Se o juiz não aprovar que ele trabalhe onde quiser, eu vou recorrer com habeas-corpus, porque o exercício do trabalho é uma liberdade da pessoa”, argumentou.

O TJMG informou ainda que os autos do processo já foram transferidos de Contagem para Pará de Minas e que Macarrão poderá deixar o presídio durante o dia, desde que comprove ter conseguido um emprego no período da tarde e retorne à prisão durante a noite. Ainda segundo o TJMG, o presídio em Pará de Minas só oferece opções de emprego ligadas a obras públicas ou que pertençam a empresas parceiras do complexo prisional.

Caso Eliza Samudio
Eliza desapareceu em 2010 e o corpo dela nunca foi encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Em março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. Ele foi sentenciado a 22 anos e três meses de prisão pela morte e ocultação do cadáver de Eliza, além do sequestro do filho da jovem.

A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Macarrão e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos foi condenado a 22 anos de prisão. O último júri do caso foi realizado em agosto de 2013 e condenou Elenilson da Silva e Wemerson Marques, o Coxinha, por sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio com Bruno. Elenilson foi condenado a 3 anos em regime aberto e Wemerson a dois anos e meio também em regime aberto.

G1