João Pessoa, 28 de setembro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro

ÚltimaHora
pimenta

Partido de direita distribui ‘spray antirrefugiados’ na Dinamarca

Comentários: 0
publicado em 28/09/2016 ás 12h18

O partido de direita Danskernes distribuiu no sábado (24) latinhas de “spray antirrefugiados” que teria a função de proteger contra ataques de imigrantes, segundo a CNN. A ação é alvo de críticas internacionais.

Quase 150 das latas de aerossol foram distribuídas nas ruas de Haderslev, uma cidade portuária no sul do país. Como o uso de spray de pimenta é ilegal no país, o partido usou spray de cabelo nesta campanha.

O líder do partido, Daniel Carlsen, defendeu a iniciativa. “Eu não consigo ver como racista. O spray de pimenta é ilegal, nós queríamos descobrir uma maneira para os dinamarqueses, em especial as mulheres, pudessem se proteger. É óbvio que não é a situação ideal. No longo prazo, queremos repatriar os não-ocidentais em geral. No curto prazo, queremos fornecer soluções para tornar a vida melhor e mais segura para o povo dinamarquês”.

A agência da ONU para refugiados, Acnur, afirmou que não acredita que o partido  Danskernes seja um grupo representativo do povo dinamarquês. “Lamentamos profundamente este tipo de incidente que está ocorrendo na Dinamarca contra os solicitantes de asilo e os refugiados, que são pessoas que já sofreram tanto”, afirma o comunicado.

Considerado um dos países mais igualitários do mundo e pioneiro em iniciativas pró-imigrantes, o país vem mostrando uma nova face ao instituir medidas mais rígidas para desestimular novas chegadas ao país, segundo a BBC.

Em janeiro, depois de meses de atuação discreta na crise dos refugiados, a Dinamarca causou uma polêmica internacional ao aprovar o confisco de dinheiro e bens de refugiados – joias e dinheiro em valor superior a 10 mil coroas dinamarquesas (R$ 5.500), para custear acomodação daqueles que solicitam asilo no país.

A medida faz parte de um pacote de 34 restrições aprovadas nos últimos meses pelo governo da Dinamarca, segundo a BBC. Uma das mais criticadas por grupos de defesa de direitos humanos é a extensão do prazo – de um para três anos – para reunificação dos núcleos familiares daqueles que conseguiram asilo.

G1