João Pessoa, 04 de outubro de 2016 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Sete intelectuais anunciaram nesta segunda-feira – dia seguinte ao primeiro turno das eleições municipais – que estão se desfiliando da Rede Sustentabilidade. A principal crítica feita foi à ex-senadora Marina Silva, líder política da legenda.
Luiz Eduardo Soares, Miriam Krenzinger, Marcos Rolim, Liszt Vieira, Tite Borges, Carla Rodrigues Duarte e Sonia Bernardes classificaram o rumo que o partido tomou como “frustrante e melancólico”.
“Por conta da reduzida definição política, a REDE tem se construído como uma legião de pessoas de boa vontade e nenhum rumo. Um partido cuja coesão depende exclusivamente de uma liderança, mesmo que ela tenha a admirável e extraordinária dimensão humana de Marina, não é sustentável”, diz o texto.
“A direção nacional da REDE pretendeu se somar ao impeachment em nome da bandeira, ‘Nem Dilma, nem Temer’, indicando que o próximo passo haveria de ser dado pelo TSE, com a cassação da chapa Dilma- Temer. Uma estratégia tão inverossímil quanto ingênua e equivocada. A hipótese TSE só haveria se o impeachment não passasse; só não via essa realidade quem não quisesse – e não faltaram os alertas”, escreveram os intelectuais.
Os ex-integrantes do partido também criticaram o fato de a Rede ter se aliado ao PMDB na chapa do vice-prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (PMDB), que tenta o cargo de prefeito, em vez de ter formado coligação com Luciana Genro do PSOL. Segundo eles, esse foi um exemplo “lamentável” do “deslocamento político da Rede em direção ao bloco hegemônico”.
Por fim, os ex-integrantes disseram que o debate interno do partido “é uma ficção”, que repete “a doença senil dos partidos” e que esperam que a carta “contribua para a reflexão interna da REDE”.
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OPINIÃO - 22/11/2024