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Celular clonado de Marcela Temer leva a pena de cinco anos

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publicado em 26/10/2016 ás 09h56
atualizado em 26/10/2016 ás 10h28

O hacker que clonou o celular da primeira-dama Marcela Temer foi condenado em primeira instância a 5 anos, 10 meses e 25 dias de prisão em regime fechado por estelionato e extorsão. Cabe recurso.

Silvonei José de Jesus Souza pediu R$ 300 mil para não vazar fotos íntimas e áudios de Marcela. Réu primário, Souza cumprirá pena no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo.

O processo foi aberto em abril, ganhou classificação “prioritária” e foi concluído 6 meses depois.

O advogado de Souza, Valter Bettencort Albuquerque, se disse “chocado” com a decisão de colocar um réu primário em regime fechado por cinco anos. “Por ele ser de baixa periculosidade, deveria ser regime aberto ou semiaberto”, disse Albuquerque.

Souza já estava preso desde maio, e a juíza Eliana Cassales Tosi de Mello, da 30ª Vara Criminal, manteve a prisão preventiva.

“Mike”, “Kilo” , “Tango” e “Tim”
No processo, todos os nomes das “vítimas protegidas” foram substituídos por codinomes. Quando o hacker fazia menção a Marcela, o escrivão registrava “Mike”. Quando o hacker se referia a ele próprio, o nome que ia para os autos era “Tim”. Karlo, o irmão da primeira-dama, virou “Kilo”.

“No dia 18 de abril de 2016, através da anterior clonagem do celular xxx, pertencente à vítima
protegida ‘MIKE’, para o celular xxx, bem como se valendo da linha de Brasília xxx, também hackeada (clonada), SILVONEI JOSÉ DE JESUS SOUZA, constrangeu a vítima ‘MIKE’, mediante grave ameaça. O indiciado lhe enviou uma mensagem de voz, entre ela e seu irmão, sobre coisas corriqueiras da cidade, dizendo-lhe o indiciado que ‘queria ganhar algum’ e que tinha pessoas interessadas em comprá-las, e com intuito de obter, para si ou para outrem, indevida vantagem econômica”, diz o início da sentença.

O presidente Michel Temer é nomeado como “Tango” nas investigações. O irmão da primeira-dama relatou em depoimento que recebeu ameaças de Silvonei, o Tim, para que ele lhe pagasse para não revelar fotos do hoje casal presidencial.

“A vítima ‘KILO’ afirmou que conversou com seus familiares a respeito do que aconteceu e
foi narrado em suas primeiras declarações, tomando conhecimento que sua irmã e seu esposo, também se manifestam em ter seus dados protegidos, sendo nestes autos identificados como ‘MIKE’ e ‘TANGO’, respectivamente, e os mesmos vêm recebendo telefonemas no celular de sua irmã, que foi clonado, onde o indiciado afirma estar com uma cópia dos dados do telefone celular de sua irmã ‘MIKE’ e, assim a ameaça em divulgar tais dados caso ela não efetue o pagamento da importância de R$300.000,00, para não constrangê-la perante amigos, outros familiares e a mídia”, diz o processo.

Na decisão, a juíza Eliana de Mello diz que as provas são suficientes para se “imputar a prática do estelionato ao ora acusado. Da mesma forma, restou demonstrado que o réu constrangeu a vítima ‘Mike’ mediante grave ameaça”, diz trecho.

G1