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Trauma atende 800 crianças por acidentes

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publicado em 17/07/2017 ás 16h24
atualizado em 17/07/2017 ás 17h55

Junho e julho são os meses mais preocupantes para os pais, pois se somam férias escolares das crianças, chuva e tempo ocioso, contribuindo para o aumento de acidentes domésticos. Dados do Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, demonstram que as famílias precisam mesmo estar em alerta durante este período, já que foram registrados 811 casos com crianças atendidas na unidade de saúde.

Só nos 14 dias de julho deste ano já foram registrados 249 acidentes domésticos com crianças entre 0 a 12 anos, somando com os ocorridos em junho (562) foram 811 casos. Os motivos geralmente são os mesmos: quedas (458), corpo estranho (164), pancada (67), queimadura (31), atropelamento (22), acidente com bicicleta (24), corte (5) e choque (3).

O coordenador da pediatria do Hospital de Trauma, Fabiano Alexandria, destaca algumas situações de risco que para os pais parecem pouco perigosas. “Nas áreas de serviços das casas é onde ocorrem os principais acidentes, como por exemplo: baldes com água, tanque, tomadas desencapadas e produtos químicos, principalmente com crianças entre 2 a 4 anos”, frisou.

Traumas e fraturas em braços e pernas também são bastante comuns. Boa parte das contusões, entorses e até mesmo fraturas sofridas por crianças ocorrem dentro de casa. Na instituição, as principais entradas são de quedas e corpo estranhos. Para se ter uma idéia, em julho de 2016, foram 550 acidentes envolvendo crianças. 313 foram vítimas de quedas e 117 de corpo estranho. E em junho do mesmo ano foram 205 quedas e 110 corpos estranhos. Segundo o coordenador da ortopedia, Umberto Jansen, a região mais atingida nos pequenos é o membro superior. “Sendo a fratura mais comum no antebraço, principalmente o punho. Já no membro inferior, a perna é a parte mais atingida”, completou.

Entre os ambientes mais perigosos das residências, a campeã é a cozinha, onde estão expostos fogão, botijão de gás, tomadas, baldes e objetos cortantes. Foi nesse ambiente que a pequena Mirella Vitória, de apenas um ano, se queimou após colocar a mão no forno quente. “Foi muito rápido, questões de segundos, havia acabado de pedir ao pai que olhasse a menina. Um susto grande que serve de alerta para todos os pais: lugar de criança não é na cozinha”, relatou a mãe, Maria Vitória Lima dos Santos. Por isto, o cirurgião plástico da unidade de saúde, Saulo Montenegro, pede atenção redobrada dos pais. “Atenção ao utilizar o forno (que fica na altura dos olhos das crianças) e com panelas, frigideiras, cafeteiras e tudo que fica sobre o fogão. Utilizar as bocas de trás e manter o cabo dos utensílios para dentro, não para fora do eletrodoméstico, é um primeiro passo para atenuar eventuais problemas”, salientou.

Na unidade de saúde, os casos mais comuns com relação às queimaduras são por líquido em alta temperatura que já somam 74 neste período de férias, seguidos de acidentes por fogo (13), fogo de artifício (12) e por contato com objeto de alta temperatura (13). Uma das vítimas foi Lucas Gabriel, de dois anos, que puxou a toalha da mesa da sala onde estava a garrafa de café quente e acabou virando em cima dele. “Meu filho sempre foi muito calmo, nunca imaginei que ele pudesse tomar essa iniciativa, agora todo cuidado é pouco com ele”, comentou a mãe Jaqueline Araújo.

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