João Pessoa, 03 de outubro de 2018 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Desembarcou no início da tarde desta quarta-feira (3) na Base Aérea de Parnamirim, na Grande Natal, o voo da Força Aérea Brasileira (FAB) com 60 venezuelanos que irão ficar abrigados na cidade de Caicó, na região Seridó potiguar. A aeronave decolou do Aeroporto Internacional de Boa Vista pela manhã.
Esta é a 11ª etapa do processo de interiorização de um total de 19 voos que saíram de Roraima para outros estados do país desde o mês de abril. Além dos 60 imigrantes transferidos para o RN, 16 têm destino o Rio de Janeiro (RJ), 26 seguirão para Guarulhos (SP), 15 para São Paulo (SP) e outros 7 para Brasília (DF). Conforme a Casa Civil, até agora foram interiorizadas 2.452 pessoas.
No Rio Grande do Norte, os venezuelanos deixaram a Base Aérea de Parnamirim em um ônibus do Exército com destino ao abrigo Aldeias Infantis SOS, em Caicó.
A interiorização busca ajudar os solicitantes de refúgio e de residência a encontrar melhores condições de vida em outros estados brasileiros. Todos aceitam, voluntariamente, participar do programa e são vacinados, submetidos a exame de saúde e regularizados no Brasil – inclusive com CPF e carteira de trabalho.
A iniciativa tem o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), da Agência da ONU para as Migrações (OIM), do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Interiorização intensificada
O governo intensificou o processo de interiorização após conflitos registrados no município de Pacaraima, ao Norte de Roraima, quando 1,2 mil imigrantes foram expulsos da cidade fronteiriça durante um violento protesto de moradores.
Antes disso, o processo era lento. Nos cinco primeiros meses de interiorização, o governo realizou apenas 8 voos levando 1.194 imigrantes. Só no mês de setembro, depois do tumulto na fronteira, 10 voos foram realizados, levando 1.134 venezuelanos para outras regiões do país.
Venezuelanos em Roraima
Desde 2015, Roraima recebe um número crescente de venezuelanos que fogem, principalmente, da escassez de comida e remédios. Em três anos e meio já são mais de 75 mil pedidos de refúgio ou residência temporária só em Roraima.
Com a chegada em massa de imigrantes, 10 abrigos foram abertos em Boa Vista e em Pacaraima, com uma capacidade total de 5 mil pessoas. As unidades, no entanto, já estão lotadas e ainda há venezuelanos vivendo em situação de rua no estado.
G1/RN
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