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Ecos valoriza preservação da cultura indígena na PB

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publicado em 19/04/2020 ás 11h02
atualizado em 19/04/2020 ás 18h17

As escolas indígenas na Paraíba são fundamentais para preservar a memória e a cultura do povo Potiguara. Neste domingo, 19 de abril, data em que se comemora o Dia do Índio, um vídeo veiculado pela prestadora de serviços Ecos (Espaço, Cidadania e Oportunidades Sociais), em seu canal no You Tube, mostra a importância das unidades escolares do Estado para a comunidade.

“Hoje a gente tem o papel de resgatar aquilo que é nosso como indígena e morador. A criança precisa crescer e saber: quem é e de onde veio. Assim, ela vai incentivar os pais a dar valor àquilo que é deles”, comenta o professor Sinésio da Silva, que atua no resgate e na manutenção da cultura da aldeia Brejinho, localizada no município de Marcação-PB, a 75,6 Km de João Pessoa.

Conforme lembrado pelo cacique Pedro Grizol Cinésio da Silva, os índios travam uma grande luta, no Brasil, de resistência e para a preservação da cultura do seu povo. Na Paraíba, a atuação da Ecos contribuiu, de forma muito positiva, para esse processo. “As escolas indígenas foram estadualizada apenas entre 2006 e 2007. Cerca de 70% dos professores e o pessoal de apoio são pessoas que foram educadas e formadas na própria escola. A Secretaria de Educação, por meio da Ecos, tem dado garantia para que a gente consiga sentar com a própria comunidade e repassar nossos direitos e obter conquistas que a gente não tinha antes”, ressalta o cacique da aldeia Brejinho no vídeo.

O líder indígena também destaca algumas conquistas oriundas da gestão pactuada na Educação. “Hoje, temos direito a férias, décimo terceiro…, e isso para a gente tem sido um momento de grande vitória, porque antes o povo tinha sido funcionário e não tinha direito trabalhista! Sou funcionário há 17 anos da escola: estudei aqui, meus filhos estudaram e terminaram os estudos aqui. A gente se reúne para comemorar essas conquistas e dançar um grande Toré, que é um ritual sagrado do povo Potiguara praticado quando se entra ou vence uma luta, como se fosse uma dança para pedir forças aos nossos antepassados”, comenta Grizol, que também é colaborador da Ecos, atuando na recepção e fluxo de alunos na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Índio Antônio Sinésio da Silva.

Também no vídeo, o educador Gerilson de Lima, que é funcionário da Ecos e atua na aldeia Brejinho, fala um pouco sobre a atuação da entidade em relação a cuidar do pessoal de apoio e aos pequenos reparos nas unidades de ensino. “A Ecos está presente, organizando e cuidando das escolas, além de pagar todos os direitos trabalhistas para seus colaboradores indígenas”, comenta Lima, que reconhece a evolução do seu povo e a conquista por direitos na Paraíba após o modelo de gestão na Educação em parceria com entidades sociais.

Lima cita que o Potiguara é o povo mais aguerrido do Brasil, porque nunca saiu do seu território. “Somos um povo que teve uma miscigenação muito grande. Nós recebemos aqui os portugueses e espanhóis, holandeses e franceses. A região Brejinho, de Tabuleiro, fica perto do manguezal. Nós temos documentos desde 1850 no Brasil que já cita a aldeia Brejinho, mas apenas em 1996 oficializamos a aldeia. Antigamente, eram apenas três casas: uma casa grande, uma casa de farinha e o chalé, até chegar o novo cacique Pedro Grizol, e a gente começar a evoluir”, diz o educador.

Por meio de gestão pactuada com a Secretaria de Estado da Educação Ciência e Tecnologia (SEECT), a Ecos oferece apoio a seis escolas indígenas com quase 80 colaboradores na Paraíba. O serviço de manutenção às escolas foi suspenso em janeiro passado por determinação do Governo do Estado.

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