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caso queiroz

Espero que tenha presunção de inocência, diz Lula

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publicado em 18/06/2020 ás 13h27
atualizado em 18/06/2020 ás 19h59

O ex-presidente Lula (PT) pregou “cautela” sobre a prisão do ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, ocorrida na manhã desta quinta-feira (18) no interior de São Paulo.

“Vamos esperar a apuração, espero que seja séria a apuração, e que o cara possa ter a presunção de inocência, de se defender democraticamente, vamos ver. Mas acho que foi importante [a prisão] porque faz muito tempo que estão procurando ele, querem saber se ele sabe alguma coisa da rachadinha da família, querem saber se ele era caixa dois mesmo, querem saber o que ele transava em nome da família Bolsonaro e até se ele tinha alguma relação com aqueles que mataram a Marielle”, disse em entrevista à Rádio Arapuan, de João Pessoa.

+ Leia também: Preso em SP, Fabrício Queiroz desembarca no Rio de Janeiro; veja momento da prisão

“É importante que ele seja interrogado, confesse o que sabe. O povo brasileiro quer é apenas saber a verdade. Se ele cometeu crime, que pague. Mas não podemos deixar de pontuar a verdade”, indagou.

O petista aproveitou para criticar a Operação Lava Jato, responsável por sua condenação e prisão.

“No meu caso, o [Sergio] Moro mentiu na sentença, o [Deltan] Dallagnol mentiu na acusação, e a Polícia Federal mentiu no inquérito. Por isso que eu ando desafiando todos eles a mostrar um único documento, um único pedaço de papel, uma única coisa que diga que eu tenho apartamento ou que eu tenha um sítio em Atibaia”, pontuou.

Lula ainda levantou dúvida sobre os “moldes” da prisão de Queiroz.

“Tenho uma dúvida, por que não foi a Polícia Federal que prendeu Queiroz? Por que foi a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual e não o MPF² Essa é uma dúvida que me inquieta, porque ele [Queiroz] já deveria ter sido preso há muito tempo”, afirmou.

Queiroz preso

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, preso na manhã desta quinta-feira (18), em Atibaia, no interior de São Paulo, desembarcou no Rio de Janeiro por volta das 12h10.

A prisão ocorre em inquérito que investiga esquema de rachadinha no período em que Queiroz assessorou Flávio como deputado estadual do Rio de Janeiro. O ex-assessor estava em um imóvel do advogado do filho do presidente Jair Bolsonaro.

Os mandados de busca e apreensão e de prisão foram expedidos pela justiça do Rio de Janeiro e a prisão efetuada pela Polícia Civil e Ministério Público. A ação faz parte da Operação Anjo, que cumpre ainda outras medidas cautelares autorizadas pela Justiça, relacionadas ao inquérito que investiga a chamada rachadinha, em que servidores da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) devolveriam parte dos seus vencimentos ao então deputado estadual Flávio Bolsonaro.

Conforme Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira atípica.

O relatório integrou a investigação da Operação Furna da Onça, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro, que prendeu deputados estaduais no início de novembro do ano passado.

Wallison Bezerra – MaisPB 

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