“Colecionador de amigos”, diz presidente da Anoreg

Nesta quarta-feira, às 11h, uma solenidade virtual será promovida pelo Tribunal de Justiça da Paraíba para comemorar os 100 anos de nascimento do desembargador Simeão Fernandes Cardoso Cananéa. O evento foi idealizado pelo presidente do TJPB, desembargador Márcio Murilo da Cunha Ramos, e pelo presidente da Comissão de Cultura e Memória do Poder Judiciário, desembargador Marcos Cavalcanti. Será no canal do YouTube do TJPB. O MaisPB traz texto do tabelião Germano Toscano, presidente da Associação dos Notários e Registradores da Paraíba (AnoregPB) e vice presidente da Brasil (Anoreg-BR) e era amigo do homenageado (Kubitschek Pinheiro)

Centenário do desembargador Cananéa

Germano Toscano

Se estivesse entre nós, o desembargador Simeão Cananéa teria completado 100 anos de vida, no último sábado dia (12). A sua existência continua na nossa memória pelo exemplo de cidadão, de pai, esposo afetuoso, exemplo de dignidade, de magistrado exemplar dedicado ao seu mister. Era um colecionador de amigos, tinha um jeito e uma capacidade especial de conquistar amizades e elevado zelo em preserva-las. Enquanto aqui esteve entre nós procurou servir ao próximo, à sociedade com muito denodo, aplicação, seriedade, capricho e devotamento à Justiça do nosso Estado. No magistério foi excelente mestre educador. Estou falando e homenageando o ilustre paraibano Dr. Simeão Fernandes Cardoso Cananéa.

Paraibano de Remígio, o desembargador Cananéa nasceu no dia 12 de dezembro de 1920. Ingressou na magistratura em março de 1953 como juiz de Direito, em Santa Luzia. Em 1969, foi nomeado desembargador do Tribunal de Justiça da Paraíba, do qual foi presidente no período de 1973 a 1974. Cananéa também presidiu o Tribunal Regional Eleitoral (TRE PB), e a Associação dos Magistrados da Paraíba em 9 gestões, totalizando 12 anos no cargo (de 1966 a 1973 e de 1986 a 1998). Tinha um traço marcante, a simplicidade, era desprovido de vaidades e demasiadamente fiel as suas amizades. Fui um privilegiado em ter privado da sua amizade até o final de sua existência, sempre fui muito ligado a ele, nos encontros de lazer, em sua residência ou em fortuitos momentos quando trocávamos ideias sobre tudo, ao ritmo lento, continuo e prazeroso de uma cachacinha aqui e outra lá, que ele aliás gostava muito, sempre na agradável companhia dos amigos comuns Miguel Levino, Aluízio Nicacio Cavalcanti, Raphael Carneiro Arnaud e Manoel Paulino da Luz. Suas estórias pitorescas sabia narrar como ninguém. Eram momentos de ouro e inesquecíveis que ficaram guardados na minha memória para sempre. Momentos onde me fazia presente como o benjamim, pois do grupo eu era o mais novo, dele recebi grandes ensinamentos de vida, um deles e o mais importante: respeito a pessoa humana. Cultuava o bom papo, a alegria, a promoção do ser humano, prestigiava os amigos e era exemplo do carinho que dedicava a sua família. O abraço amigo, o respeito ao trabalho e as responsabilidades assumidas. Copilando declaração de sua filha Ana Lucia Cananéa: “Mesmo sendo uma autoridade na área jurídica, Simeão Cananéa nunca fez uso desse poder em benefício próprio. Lembro de um tempo em que embora ele fosse autoridade na cidade, para mim, era apenas, meu pai! Em meio a isso, nesse crescimento, fui observando meu pai e seus livros. Ele era juiz da cidade, mas era, sobretudo, um educador. “

Portanto, no ano do centenário (e dia do nascimento do desembargador Cananéa) deixo aqui consignado o meu testemunho e registro da admiração, do meu respeito à memória desse ilustre paraibano e dizer da honra de ter sido agraciado pela Escola Superior da Magistratura com a medalha que leva o seu nome ‘Medalha do Mérito Acadêmico, Des. Simeão Fernandes Cardoso Cananéa’.

As minhas homenagens neste dia 12 de dezembro de 2020, data que marca o centenário do seu nascimento.

Kubitschek Pinheiro – MaisPB

Leia Também

Pleno do TJPB aprova votos de aplausos ao presidente da Anoreg-PB, Germano Toscano

Pleno do TJPB aprova votos de pesar pelo falecimento de Maria Carvalho de Brito