João Pessoa, 24 de fevereiro de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Nos últimos cinco meses, o volume resultante da coleta de materiais recicláveis aumentou em pelo menos 50% no município de Cabedelo, segundo informações da Associação dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Cabedelo (Astrec). O dado positivo, mesmo em um ano de desafios por conta da pandemia de Covid-19, foi obtido a partir da parceria firmada com o programa SustentaMundoBR-Parahyba, cujo foco está na promoção de objetivos de desenvolvimento sustentável definidos na Agenda 2030 da ONU.
O programa surgiu para incentivar e orientar a coleta seletiva em condomínios residenciais e foi implantado no município localizado na Região Metropolitana de João Pessoa a partir de uma experiência piloto. “Escolhemos a cidade por ser menor e muito interessante para um trabalho de conscientização ambiental”, explica a coordenadora Operacional do programa, Aparecida Queiroz.
Para a gestão municipal, a parceria mostrou-se “extremamente favorável para minimizar os efeitos da pandemia sobre a comunidade dos profissionais da reciclagem”. “Ela possibilitou a realização de ações de educação ambiental em condomínios residenciais do nosso município, resultando no aumento do volume de resíduos direcionados ao galpão de triagem de resíduos recicláveis recém-construído pela Prefeitura de Cabedelo”, avaliou o coordenador da Coleta Seletiva na Secretaria de Meio Ambiente, Pesca e Aquicultura (Semapa), Marcelo Lima.
Mestre em Engenharia Urbana e Ambiental, Marcelo é muito consciente e sabe da importância em investir em práticas sustentáveis para o bom desenvolvimento do município. O especialista salienta, por exemplo, a ação do programa junto aos catadores da região. “O SustentaMundoBR proporcionou um curso de capacitação para os profissionais da Astrec visando à melhoria de sua organização, de forma a trabalhar com mais eficiência e segurança”, acrescenta.
No mês de setembro de 2020 foi oferecida aos profissionais de reciclagem da associação uma semana de capacitação, conduzida de forma prática pelo ex-catador e especialista em Gestão de Projetos, Telines Basílio (Carioca), fundador e presidente da Coopercaps – Cooperativa da Capela do Socorro -, um expoente no cenário da coleta seletiva e reciclagem no Brasil.
A presidente da Astrec, Larissa Rodrigues, não só concorda com a avaliação como também reforça o ganho para seus associados. “Ao aumentar o volume de materiais recicláveis, nossa renda aumentou em 50% e deu visibilidade à Astrec entre os condomínios e empresas. O treinamento que fizemos foi muito oportuno para a associação, porque nos ensinou a separar materiais que os sócios ainda não conheciam. Ajudou a valorizar nossos recicláveis”, salienta.
Além disso, o SustentaMundoBR-Parahyba investiu forte em comunicação, tanto nas redes sociais, como nos condomínios residenciais cadastrados, disponibilizando informações relevantes sobre o descarte correto e o valor econômico da reciclagem. “A parceria só tende a ser ampliada de forma que a educação ambiental desperte cada vez mais a consciência da população sobre a destinação ambientalmente correta dos resíduos gerados pelos munícipes”, reforça o coordenador da Coleta Seletiva, Marcelo Lima.
Para Sônia Manastan, presidente do Instituto Brasileiro do Ambiente Sustentável (IBAS e Coordenadora de Relações Governamentais e Cooperativas de Reciclagem do SustentaMundoBR-Parahyba, o programa atingiu seu objetivo ao cadastrar condomínios e empresas num período em que as famílias estavam preocupadas com questões sanitárias. “Sabemos que a pandemia interferiu no dia a dia das pessoas e que muitas delas passaram a enxergar a natureza de outra maneira. Esperamos ter plantado uma semente em algumas famílias para que, num futuro próximo, tenhamos mais cidadãos engajados na sustentabilidade do nosso planeta”.
Sobre o ‘SustentaMundoBR – Parahyba’ – O programa foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar em parceria com o Instituto Brasileiro do Ambiente Sustentável (IBAS) – www.ibasbrasil.org.br – para incentivar a coleta seletiva em municípios a partir de condomínios residenciais. Foram estabelecidos os processos para que a destinação correta dos recicláveis aconteça e chegue a uma central de triagem operada por cooperativas que comercializam o material de forma a gerar trabalho e renda para catadores e suas famílias.
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