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Jornalista paraibano, sertanejo que migrou para a capital em 1975. Começou a carreira  no final da década de 70 escrevendo no Jornal O Norte, depois O Momento e Correio da Paraíba. Trabalha da redação de comunicação do TJPB e mantém uma coluna aos domingos no jornal A União. Vive cercado de livros, filmes e discos. É casado com a chef Francis Córdula e pai de Vítor. E-mail: [email protected]

Eduardo, vida mínima

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publicado em 02/05/2021 ás 08h43
atualizado em 02/05/2021 ás 10h03

Dou comigo a sentir muita coisa, ao mesmo tempo, o nascer do sol e perda de mais um amigo, o jornalista Eduardo Carneiro. Uma descarga de memórias, de muitos momentos diferentes, de quando nos conhecemos no extinto Correio da Paraíba.

O cara era sempre uma meiguice, uma doçura, uma inteligência, responsabilidade e profissionalismo.
Já há muito sabemos das partidas, elas explodem nas redes. Também me mostram, sem clemência, que o tempo está a passar, e a passar com vertigens. Mas a dor não desaparece numa esquina.

50 anos Eduardo tinha, não sei quantos de amor com Everaldo Ricardo. Ambos eram um só, na vida e na profissão, singelos e discretos.

Esse pânico de perder alguém para Covid ou qualquer outra doença é iminente e vai nos marcando para sempre. Nesse sábado, tentei escrever esse texto do que eu tinha aprendido o que é a morte. A morte antiga arrastada do sertão, mas não consegui.

A notícia da morte de Eduardo, chegou junto a um arrepio que atravessa-me o espírito, ao pensar no que teria sido a nossa vida, se não tivéssemos a oportunidade de conhecer novas pessoas, pessoas como Eduardo. Uma lágrima no rosto.

Há tempos não o via. Hoje ele virou um pensamento e logo, o alivio a seguir. Ele está por aí, a velar por nós.
A admiração que sentimos uns pelos outros e ainda que não se apercebam, mas está nos gestos, na forma como nos olhamos. De onde vem essa coisa tão bela?

Que orgulho, tínhamos de você, que emocionante era sua pessoa. Sensibilidade muitas vezes recolhida, igual aos homens de boa vontade, sentido humanista da vida.

Um bom amigo é um homem prologado. Era isso que você era, um homem prologando.

Boleias, pautas, pizzas do Capitão Farinha, o sorriso quase pra dentro de seu amor, Everaldo Ricardo a manter-se vivo com a mão na massa, a nascer de novo, porque a vida nunca se acaba.
Eduardo, vida mínima!

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB