João Pessoa, 22 de setembro de 2021 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O ano era 2019. Por causa das férias, fiz uma viagem a Salvador (neste caso, não há crase). Foi a primeira vez que cruzei o espaço aéreo sozinho. Uma mochila nas costas e nada mais. Enquanto não entediam o porquê de viajar só, eu apenas tive a certeza de que eu precisava de um momento meu, comigo mesmo.
Estou no assunto do dia, leitora, leitor, para dizer o seguinte – quem tem vida interior não sente solidão. O difícil é fazer com que muitos entendam isso.
Se você for daqueles/as que nem bem abriu a porta da casa e já está ligando a TV – não ligar para ter informações, mas ligar para ter companhia –, ou ainda, se só vai ali na esquina acompanhado de alguém… É bom procurar ajuda. Aí estão os medos, as inseguranças.
Pessoas procuram pelos centros de meditação e aprendizados budistas, mas não aguentam alguns poucos minutos de silêncio, numa tentativa desesperada de ficar quietas e limpar a mente tanto quanto possível. Haja vista (e não haja visto) os bares lotados e as festas promíscuas.
Talvez daí, desta proposta de vida interior, surgiu a filosofia do Solipsismo (foto): uma forma de ser e viver voltada ao indivíduo e suas sensações, tendo o restante dos que o rodeiam como meramente figurantes de uma vida normal.
No meio de conexões, tumultos, gente para lá e para cá, será mesmo possível adotarmos mecanismos para uma vida interior mais tranquila? Há quem ache mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma água, do que vivermos alguns instantes conosco mesmo. E isso exige paciência e sensibilidade. Alô, cabeças ocas…
* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB
OPINIÃO - 22/11/2024