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Magistrado, colaborador do Diário de Pernambuco, leitor semiótico, vivendo num mundo de discos, livros e livre pensar. E-mail: [email protected]

Ano Novo e esperanças

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publicado em 30/12/2021 ás 08h39

Sempre que chega dezembro costumamos olhar para trás e inventariar os fatos:  realizações, fracassos, projetos adiados, sonhos frustrados, perdas, e projetar para o futuro tudo aquilo que não pudemos concretizar no ano que se ultimou. É sempre assim e não há como ser diferente. A vida não é estática e segue vibrante, mesmo que saibamos de sua finitude, pois a cada passo dado para a frente nos aproximamos mais do final de nossa existência.

Alguém já disse que somos infinitos em nossas finitudes. Aqui vamos deixar nossas ações concretas; nosso pensamento; nossa hereditariedade e o nosso amor pelos que nos são caros. Acompanhamos as mudanças de comportamento; os neologismos; a linguagem inclusiva; o politicamente correto; a polaridade e o disse me disse. Bandeiras ideológicas com suas flâmulas incendiárias a chamuscar culpados e inocentes. Erros detectados, nulidades declaradas. Secas e enchentes; queimadas e desmatamentos, mas o curioso é que não se falou muito no buraco de ozônio como outrora.

A fraqueza do homem insiste em forjar sua superioridade produzindo violência, sobretudo a doméstica e evidenciando o feminicídio. Elas resistem e empoderadas mostram sua força contra o patriarcado arcaico e  ainda dominante. Há expectativa de transformação e a mudança se avizinha. Esperança renasce dentro de nós a cada minuto do instante em que vivenciamos as violações que nos são impostas. É assim mesmo, faz parte, é a vida. Alguém dirá. Não! Aqui não estamos para o sofrimento nem para a degradação moral.

Vamos festejar, apesar de tudo. Caetano acredita que fazemos festa porque a vida é triste. E Clarice Lispector perguntava: “Mas quem sou eu para censurar os culpados? O pior é que preciso perdoá-los. É necessário chegar a tal nada que indiferentemente se ame ou não se ame o criminoso que nos mata”. Ambos estão acima do que podemos chamar de nós.

                             Que venha o Ano Novo com esperanças renovadas e que o sorriso das crianças nos dê vigor e alegria nesse caminhar arfante e necessário.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB