João Pessoa, 23 de janeiro de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Escrevi este texto depois de uma andança que empreendi. Peguei o carro, sem destino. Só queria sair. Cheguei à cidade de Areia, rodeada de lindas construções. Arquitetura estonteante para esta que vos escreve.
Deparei-me com essa construção. Não pude deixar de registrar, afinal, não é todos os dias que você se depara com a moradia da felicidade. Parei o carro, fiz o registro fotográfico e fiquei parada por um bom tempo, observando e pensando.
Confesso que tive vontade de bater à porta, esperançosa de que alguém atendesse, quem sabe a própria felicidade em pessoa! Nada. Portas fechadas. Ninguém entrou, ninguém saiu, por um bom tempo.
Então, comecei a pensar sobre ela a partir daquele lugar. Passei a olhar para os detalhes. O que era primariamente perceptível era a simplicidade do lugar. Não era um palácio. Era uma casa simples, sem nenhum atrativo. Rua esburacada. Também não observei maçanetas nas portas. Pelo menos, não por fora. Talvez, ela as mantenha do lado de dentro, assim, só entra quem ela quiser. Também não estava distante, andei apenas alguns quilômetros de carro, até chegar a ela.
Sempre suspeitei que ela morasse perto do mar. Talvez ela fosse filha do sol, da brisa, da maresia. Me enganei. Mas, nem por isso, era menos bonito. No caminho, observei muitas belezas naturais, verdinhas, com a chuva que caia. Mas, o que mais me impressionou, nesse encontro tão inusitado, é que eu não esperava encontrá-la pelo caminho. Sempre achei que nosso encontro seria marcado. Apenas saí, sem destino. Sozinha, mas não solitária. No peito, a sensação de liberdade. Segui viagem.
Quem sabe da próxima vez que eu voltar para visitá-la ela abra a porta?!
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OPINIÃO - 22/11/2024