João Pessoa, 24 de março de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
O alimento me mantém vivo. Consumo proteínas, carboidratos, vitaminas as mais variadas possíveis. E com essa ingestão meu corpo vai suportando o peso dos anos. A alimentação me é posta à mesa todos os dias. Mas nem só de carnes, peixes, frutas, legumes, leite e derivados vive o meu corpo. Preciso ingerir algo mais para viver a plenitude: careço diariamente da poesia e da prosa. Sem abrir mão do clichê, ambas são o alimento da alma. E ao contrário dos demais gêneros alimentícios, poemas, romances, contos, peças, crônicas e outros podem ser consumidos sem nenhum gasto a mais.
E antes que me digam que o preço do livro está insuportável; que vende pouco porque é caro e está caro porque vende pouco – outro clichê – torno a dizer: não precisa de dinheiro para consumir esse alimento. A pecúnia é necessária se você quiser estocá-lo em casa, em seu formato tradicional. Sim, embora faça uso da tecnologia, ainda prefiro o livro de papel. Gosto dele e o quero dentro de minha casa.
Há muitos anos criei o hábito de ler, todos os dias, um poema (pode ser mais de um, seu consumo excessivo não fará mal). Ah, como me faz bem! Não faço restrições, embora ache um ou outro indigesto, vou mastigando-o lentamente e não deixo migalhas no prato.
Alguns bardos amigos, sabedores dessa minha dieta literária, me presenteiam com essas guloseimas poéticas. Sérgio de Castro Pinto, W. J. Solha, Milton Marques Júnior e Hildeberto Barbosa Filho (para citar os mais constantes).
Hildeberto, que dispensa apresentação, nos brinda agora com duas coletâneas de poemas de qualidade indiscutível: “De quase nada se faz um poema” além de “...e nada aconteceu comigo” (Ideia Editora, 2022), que comecei a saborear com gula incontrolável. Obrigado, amigo, por saciar minha fome.
Fico por aqui. Minha mesa já esta posta. Você é servido?
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OPINIÃO - 22/11/2024