João Pessoa, 01 de junho de 2022 | --ºC / --ºC Dólar - Euro
Somos vítimas das circunstâncias. Quantas pessoas andam por aí com o vírus e não sabem e se sabem, não entendo como elas andam nos lugares, com ou sem máscaras. (?)
Há tempos não experimentava o silêncio, o silêncio total. Fiquei sozinho não exatamente como no começo da pandemia, trancado entre quatro paredes, mas não passei delas.
Sabe quando algo morde o anzol, muito embora o golpe mais duro é uma longa paciência. Sim, paciência.
Testei positivo. Sem estampar nas redes sociais. Bota quem quer. Pra mim, quem está com a doença deve se recolher, se tratar, para retomar ao convívio e assim deveria ser com todos. Mas não é. Como me enchem as polêmicas vazias.
A consciência se estende a linha que mais à frente, a coisa se endireita, com o cuidado consigo e o outro.
Fiquei relendo capítulos soltos de “Cem Anos de Solidão”, o legado de Gabriel Garcia Márquez, a história mais real que a ficção da cidade de Macondo e a ascensão e queda de seus fundadores, a grande família Buendía, que me fez pensar no Brasil.
Me agarrei as personagens José Arcádio Buendía, o entusiasmado fundador da vila de Macondo; a esposa dele, Úrsula Iguarán, os filhos, José Arcádio e Aureliano – o último, coronel Aureliano Buendía, a filha, Amaranta, que é atormentada quando criança e amargurada como mulher; e., claro, ao cigano Melquíades, cujas notícias do mundo exterior me chegavam pelo seu bando.
Fiquei chocado com as mortes do Recife e com a polícia rodoviária federal matando ao vivo o Geni(valdo) de Jesus. Isso é bem confuso, uma tragédia anunciada.
Aquilo, a morte do negro, que se move, reflexos das circunstância da cor, um gesto cruel, o ventre dos enigmas e essa tal Covid, que me visitou. É isso, o vírus não tem perna curta. Cuidado!
Com quatro vacinas, as duas “coronavaques”, a terceira Pfizer e a última Janssen, que me ajudaram muito, além de caldo feijão, suco de ora-pro-nobis, planta pancs do jardim de Francis, (do latim orai por nós), das sopas, muitas, de jerimum com cenoura, caldos quentes, água de coco, muita água, boa alimentação e repouso. Nunca dormi tanto.
A vida tem suas pancadas, auroras lindas e o celular ficou mudo. Como tinha de ser. Aliás, nem sei onde coloquei.
Hoje, quarta-feira, 1º de junho, negativei. A palavra é essa? Não tenho mais Covid. Gracias!
Kapetadas
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