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Centro Histórico: entidades pedem ações antidrogas no projeto de revitalização

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publicado em 14/12/2023 às 17h05
atualizado em 14/12/2023 às 16h55

Entidades, como o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas, Confederação Nacional das Comunidades Terapêuticas, Associação Paraibana de Imprensa, Sindicato dos Jornalistas da Paraíba, Associação de Mídia Digital (Amidi), Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba, e o Conselho Regional de Psicologia participaram, nesta quinta-feira (14), do primeiro Fórum de Discussão de Políticas Públicas sobre Drogas.

O evento aconteceu no Auditório João Eudes, da Assembleia Legislativa da Paraíba, em João Pessoa, com palestras temáticas, exposições, oficinas de trabalho e rodas de diálogo sobre os assuntos relacionados às drogas, que vão desde a prevenção à orientação sobre comunidades terapêuticas.

Durante sua fala, o presidente da Amidi, Heron Cid, alertou para a incompreensível inexistência de instituições públicas para tratar as pessoas com dependências químicas que se valem das organizações não governamentais e das ações das igrejas. Para Heron Cid, os poderes públicos e a sociedade não têm voltado suas atenções para a gravidade do problema.

“Então é preciso alertar para a necessidade de tratamento humanizado, de acolhimento, de triagem, e, sobretudo da instalação de hospitais e clínicas de tratamento do poder público que hoje não existem. Não é razoável que esse tratamento seja feito somente pela ação não governamental porque o Estado brasileiro não tem uma política concreta”, argumentou.

Representado o Ministério do Desenvolvimento Social, Sâmio Falcão, destacou que esse tipo de evento é importante para que se possam fazer encaminhamentos para o setor. Ele assegurou que a pasta vai aumentar o número de vagas destinadas ao público. “O edital está em tramitação e esperamos que em breve possamos ter esse aumento desses serviços de acolhimento junto a essas entidades”, prometeu. Hoje em todo o país a União custeia apenas 15 mil vagas para tratamento de dependentes químicos junto a entidades não governamentais.

Coordenador da ação Batista Brás, o pastor evangélico Júnior Meireles falou da dificuldade de quem atua no apoio das pessoas em situação de rua, vulnerabilidade social e dependência química. Ele considerou que o apoio dos meios de comunicação irá dar visibilidade a um assunto que não tem ganhado o destaque que merece.

“Talvez a maior dificuldade seja essa dificuldade das pessoas verem esse grito social sobre esse comportamento atual em função desse número muito alto de pessoas fazendo usou abusivo compulsivo de substância e o poder público e instituições não dão a atenção devida”, criticou o pastor.

Ao final das discussões, foi assinado um manifesto das entidades pedindo ações que fortaleçam a luta contra as drogas. Entre elas, a construção de equipamentos de Saúde voltados exclusivamente voltados para o tratamento desse público e a inserção dos cuidados com pessoas em situação de rua, abandono e dependência química como parte do projeto de revitalização do Centro Histórico de João Pessoa.

Confira o manifesto na íntegra:

Movimento alerta que solução sustentável para o Centro Histórico passa por tratamento de pessoas usuárias de drogas

As diretorias da Associação Paraibana de Imprensa (API), Sindicato dos Jornalistas da Paraíba, Associação de Mídia Digital (Amidi) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PB) decidiram tornar visível a urgência de adoção de Políticas Públicas para enfrentamento à grave situação de uso e envolvimento de população em situação de rua com drogas, no Centro Histórico de João Pessoa. Este é um dramático problema de saúde pública e de segurança, e que também afeta a ocupação e futuro de toda a área.

Neste momento em que Governo do Estado, Prefeitura de João Pessoa e Câmara Municipal unem esforços e anunciam medidas para a revitalização do Centro Histórico, as entidades defendem o fortalecimento do Conselho Municipal de Políticas de Drogas, para a efetiva implantação de ações de acolhimento, tratamento continuado e resgate dos usuários de drogas, com a urgente ampliação dos serviços de atendimento dos dependentes químicos, já que João Pessoa conta com apenas dois Centros de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas (CAPSad).

A API, Amidi, Sindicato dos Jornalistas da Paraíba e OAB-PB destacam a urgente necessidade de adoção ou construção de Centro de Triagem e Hospital de Tratamento de Drogas, defendem a necessidade de reforço na segurança pública, na atuação contra o tráfico de drogas em espaços públicos do Centro Histórico, e outras regiões turísticas da capital, bem como em escolas públicas e privadas, incluindo algumas áreas onde o crime organizado controla a liberdade de ir e vir da população.

Nos associamos integralmente à luta pela saúde mental, contra a invisibilidade das pessoas em situação de rua, pelo combate às drogas, por uma segurança pública efetiva e pela ocupação e revitalização do Centro Histórico, com uma certeza e alerta: não há solução completa e sustentável para o Centro Histórico sem o enfrentamento à essa dura realidade, que até então tem sido tratada com invisibilidade e indiferença pela sociedade, autoridades e órgãos públicos. É hora de abrirmos olhos e darmos as mãos.

Jornalista Walter Santos, vice-presidente da Amidi, lê manifesto de entidades da comunicação (foto: Roberto Targino/MaisPB).

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