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Marcos Pires é advogado, contador de causos e criador do Bloco Baratona. E-mail: [email protected]

A moda

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publicado em 13/01/2024 ás 07h00
atualizado em 12/01/2024 ás 20h05

Juro que é interessante. Vou tratar aqui do outro lado da moda. Esqueçam glamour.
Vamos ao que importa. Como todos sabem a moda existe para sair de moda a cada curto período de uns seis meses em média. Obvio, como a indústria da moda poderia faturar tanto? Essa indústria só perde em faturamento para a indústria farmacêutica. São trilhões arrecadados anualmente. Estou falando de moda em geral, dos sapatos às roupas, moda feminina e masculina, moda infantil, moda de inverno e verão. Antigamente as pessoas iam às costureiras e alfaiates para fazerem suas roupas, até que uns inocentes Italianos de Milão inventaram o tal prêt-à-porter, que está para moda como a energia elétrica está para a informática. A sacada foi genial: preparavam roupas semi prontas e quando os clientes chegavam era só ajustar. Dai à evolução para as atuais exposições de roupas iguais com números e cores diferentes foi um pulo.
O que me fascina, entretanto, é como alguns mais sabidos conseguem agregar valores estratosféricos aos mesmíssimos produtos vendidos ao vulgo. Um exemplo são as calças jeans. Uma mera etiqueta transforma um produto made in Toritama num clássico de muitos mil dólares. E se rasgar um pouco no joelho aí é que os encantos dobram. Brincadeiras à parte, é a suposta exclusividade aliada aos nomes que se projetam no setor que faz os preços dispararem e as filas em frente às lojas chegarem a ser constrangedoras, pelo menos para mim que entendo do riscado e não me conformo em ver aqueles rostos ansiosos esperando sua vez de serem iludidos. Serve para homens e mulheres, viu?
Há sempre um padrão que caracteriza o que penso. A Burberry, por exemplo, criou sua marca de estampados aos quadrados com base marrom. Meu Deus, o que se vê de gente usando cachecóis, blusas e outros acessórios iguais só demonstra uma coisa: quem está usando quer passar a mensagem singela de que tem grana suficiente para comprar aquela peça. Isso vale para Versace, Valentino, Gucci e todas as outras patacoadas. Porém quem sou eu para ir contra a poderosa indústria da moda?
Não compro e não uso roupas de grife por várias razões, mesmo porque em pessoas muito bonitas como eu só iriam tirar a atenção do meu charme. Mas entendo que muita gente precise desses adereços para ter aquela sensação de pertencimento ao reduzido grupo de milionários. Mesmo quando usam etiquetas falsiê BY 25 de março.
Sei que vou levar umas tantas cacetadas por conta de que penso, mas fiquem à vontade; quem sabe um dia falar mal do que escrevo sai de moda.

* Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Portal MaisPB